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Intoxicação

O que é e como funciona o antídoto do metanol

Antídoto Metanol
Etanol e fomepizol são os antídotos do metanol recomendados pelo Ministério da Saúde. (Foto: Matheus Landim/Governo da Bahia)

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O Ministério da Saúde adquiriu 2,5 mil unidades de fomepizol, o antídoto considerado mais eficaz para tratar os casos de intoxicação por metanol associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. A expectativa é de que as doses compradas do laboratório japonês Daiichi-Sankyo estejam disponíveis na rede do SUS até o fim desta semana.

O fomepizol é um medicamento apontado como referência mundial para esse tipo de caso. Como não tinha registro no Brasil, precisou ser importado emergencialmente com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Esse antídoto bloqueia de forma direta a enzima ADH (álcool desidrogenase), responsável pela metabolização do metanol no fígado e no estômago. O fomepizol evita que o metanol se converta em ácido fórmico, que é altamente tóxico ao corpo humano e pode matar os pacientes intoxicados.

O medicamento deve ser administrado nos hospitais por meio de injeção na veia e é contraindicado para lactantes, grávidas ou pessoas com doenças renais. Por inibir a ação do álcool desidrogenase, o fomepizol é o medicamento mais eficiente para as intoxicações por metanol e conta na lista de remédios essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Food and Drug Administration (FDA), congênere da Anvisa nos Estados Unidos, aprovou o uso do medicamento em 1997. Por mais que a patente do fomepizol tenha expirado, este antídoto do metanol não é produzido em larga escala. Por isso, uma dose pode custar cerca de R$ 6 mil.

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Etanol também é antídoto contra intoxicação por metanol

Apesar de o fomepizol ser o medicamento mais eficiente, o etanol farmacêutico, que tem um grau de pureza adequado para uso médico, também pode ser usado para tratar a escalada de casos de intoxicação por metanol. Esse é o tratamento que vem sendo feito no Brasil, consistindo em dar doses controladas de etanol ao paciente por um determinado período de tempo.

O etanol no sangue dilui a concentração do metanol e impede a metabolização do ácido fórmico no fígado. No caso do uso do etanol, o paciente apresenta sintomas de embriaguez, que incluem sonolência profunda, queda da glicemia, tonturas e dores de cabeça. É como se deixasse o paciente bêbado para fazer o tratamento.

O Ministério da Saúde informou que comprou 12 mil ampolas do etanol farmacêutico, que se juntarão nesta semana ao lote de 4,3 mil ampolas já entregues aos estoques do SUS.

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