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Crime organizado

Operação mira tentativa do PCC de impedir saída de moradores de favela em SP

Favela do Moinho
Traficantes do PCC ameaçam moradores da Favela do Moinho de aceitarem indenização do governo de SP para deixarem o local. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Dez mandados de prisão e 14 de busca e apreensão são cumpridos na manhã desta segunda (8), em São Paulo, contra um esquema do PCC que tenta impedir a saída de moradores da Favela do Moinho, na região central, para condomínios do governo do estado. As investigações apontam que famílias eram ameaçadas de aceitar a indenização da operação de reurbanização do local.

A reurbanização da Favela do Moinho foi anunciada em meados de junho em uma parceria entre o governo do estado e o federal para reassentar as cerca de 900 famílias do local para outros imóveis. Pelo menos metade delas já deixou a comunidade, e o restante, segundo as investigações, estaria sendo coagida por traficantes a permanecerem nas residências.

“As autoridades desferem novo golpe no grupo criminoso, que tentava se reorganizar por meio do tráfico de entorpecentes e que permanecia coagindo moradores e agentes públicos que trabalham na reurbanização da “Favela do Moinho”, cuja área será transformada em um parque público, assim como as famílias serão realocadas e devidamente indenizadas pelas suas moradias”, afirmou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

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Pelo menos sete pessoas já foram presas na operação (até a última atualização desta reportagem), entre elas um traficante que se apresentava como líder comunitário e um empresário responsável por armazenar armas e drogas. Há a suspeita de que o grupo manipulava e financiava movimentos sociais que atuam na Favela do Moinho para dificultar a saída dos moradores.

Segundo as investigações, um dos líderes do PCC preso em uma operação em agosto do ano passado – Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho – continuava dando ordens de dentro do presídio, com a finalidade de intimidar funcionários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) para que moradores não aceitem a indenização para deixar a favela, sob o falso pretexto de resistência da comunidade local.

O MP-SP afirma que a Favela do Moinho seria uma espécie de quartel-general "de todo o ecossistema criminoso na região central de São Paulo", e que ainda é utilizada para armazenar drogas e armas mesmo após os governos federal e estadual terem anunciado o plano de reurbanização do local, com a retirada dos moradores para condomínios bancados por programas habitacionais para transformar a área em um parque.

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A comunidade está localizada no bairro dos Campos Elísios, região central da capital paulista, que passa por um processo de revitalização com a construção do novo centro administrativo do estado.

A operação de reassentamento das famílias moradoras da Favela do Moinho foi lançada, em meados de junho, entre alfinetadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). A área pertence à União, mas o governo paulista tem interesse no local.

O programa prevê um apoio financeiro de até R$ 250 mil por família, sendo R$ 180 mil do governo federal por meio do programa Minha Casa Minha Vida e R$ 70 mil pelo governo de São Paulo por meio do programa estadual Casa Paulista – sem a necessidade de financiamento ou contrapartida financeira dos beneficiários.

Elas ainda receberão um auxílio aluguel de R$ 1,2 mil mensais durante o período de transição para a nova morados.

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