O Instituto Médio Legal central de São Paulo concluiu nesta segunda (12) os trabalhos de necropsia nos corpos dos 62 passageiros do voo da VoePass que caiu no interior do estado na semana passada. Segundo o órgão, a maioria deles morreu por politraumatismo – múltiplas fraturas – pela queda do avião, e outros, ainda, foram atingidos pelas chamas da explosão.
Segundo Claudinei Salomão, superintendente do IML, uma parte dos corpos ainda têm uma “carbonização parcial”. “A maior parte, sem dúvida nenhuma, foi por politrauma. E, consequentemente, com a explosão da aeronave, alguns foram atingidos pelas chamas”, disse em entrevista à Folha de São Paulo.
As autoridades brasileiras investigam as causas da queda do voo no começo da tarde da última sexta (9) na cidade de Vinhedo (SP), quando fazia a rota entre Cascavel (PR) e São Paulo, onde pousaria no aeroporto internacional, em Guarulhos.
Cerca de 30 profissionais participam da força-tarefa responsável pelas necropsias, com a maior parte das identificações sendo feita por meio das digitais, em colaboração com a Polícia Civil de São Paulo.
Salomão pontuou, ainda, que o processo de identificação é ágil e que apenas alguns corpos necessitam de identificação odontológica e poucos casos dependem de análise de DNA. Até o momento, 27 corpos já foram identificados e 12 liberados aos familiares, segundo boletim do governo paulista divulgado no final da tarde.
“Conforme esses dados de identificação dactiloscópica vão chegando para a gente, as famílias estão sendo notificadas, estão concorrendo aqui junto ao Instituto Médico Legal, onde são atendidas para entrega da declaração de óbito e entrega dos corpos”, completou.
A identificação dos corpos de vítimas de outros estados, diz, depende do envio de informações para o Instituto de Identificação de São Paulo para que a identificação seja concluída. “Nós dependemos que esses dados sejam fornecidos pelos outros estados para que se faça o confronto”, explicou o superintendente.
A força-tarefa contou com a participação de aproximadamente 20 médicos legistas, além de equipes de odontologia legal, radiologistas e auxiliares. Salomão detalhou que a necropsia não apenas identifica características físicas das vítimas, mas também colhe as digitais, que são comparadas com dados do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD).
O Instituto Oscar Freire, próximo ao IML na zona oeste de São Paulo, recebeu 51 famílias de vítimas, que forneceram informações para os peritos e material biológico. Até agora, foram coletados DNA de 28 famílias em São Paulo e de outras 17 em Cascavel (PR), com apoio das equipes da Defesa Civil.
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