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Fraude no INSS

PF apreende Ferrari e réplica de carro de F1 com envolvidos na fraude do INSS

Polícia Federal
A sede da Polícia Federal em São Paulo. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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A nova operação da Polícia Federal contra o grupo suspeito da fraude no INSS, deflagrada na manhã desta sexta (12), apreendeu, entre outros itens, uma Ferrari, uma réplica de um carro de Fórmula 1 utilizada pelos campeões Ayrton Senna e Alain Prost e vários carros de luxo. Ao todo, a autoridade prendeu duas pessoas e cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.

De acordo com a autoridade, foram presos o homem apontado como lobista de associações junto ao INSS, Antônio Carlos Camilo Antunes – conhecido como “careca do INSS” –, e o empresário Maurício Camisotti, que seria um “sócio oculto” dele. As prisões ocorreram em Brasília e na capital paulista.

A Ferrari e a réplica do carro de Fórmula 1, segundo a Polícia Federal, foram apreendidos em Brasília, mas a autoridade não informou se eles pertenciam exatamente a Antunes ou a Camisotti. Já em São Paulo, foram apreendidos outros carros de luxo, objetos e dezenas de quadros de artistas renomados – obras de arte são normalmente utilizadas para lavagem de dinheiro.

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A Gazeta do Povo apurou, a partir de imagens divulgadas pela Polícia Federal (veja aqui), que a Ferrari vermelha apreendida é avaliada em torno de R$ 4 milhões de acordo com a tabela Fipe, cruzando dados com anúncios da própria marca e de sites de classificados. O valor varia de acordo com o ano de fabricação e quilometragem.

A Ferrari é um modelo V8 biturbo capaz de alcançar a velocidade de 100 km/h em 2,9 segundos, no máximo de 340 km/h.

Já a réplica de um carro de Fórmula 1 é uma McLaren com pintura clássica dos anos 1980 e 1990 que ficou famosa por ser pilotada por Senna e Prost. A avaliação, segundo sites de leilão gira em torno de R$ 150 mil.

Além destes veículos, imagens divulgadas pela Polícia Federal mostram uma coleção de motocicletas de marcas variadas e capacetes.

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Já nos mandados cumpridos em São Paulo, segundo imagens divulgadas pela Polícia Federal, foram apreendidos seis carros de luxo de marcas como Cadillac, Bentley e Range Rover, avaliados em, pelo menos, R$ 2 milhões. O valor pode ser maior também dependendo do ano de fabricação e da quilometragem.

Também entre as apreensões feitas na capital paulista, há pinturas de artistas famosos, esculturas, artigos de luxo como relógios, malas e baús decorativos de marcas famosas, um fuzil, entre outros.

Alguns dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo, que é citado em documentos e conversas interceptadas durante a investigação. A defesa dele afirmou que ele tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração “demonstrará sua total inocência”.

"Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação", apontou.

Já a defesa de Maurício Camisotti afirmou que não há qualquer motivo que justifique sua prisão e chama a atenção para uma "arbitrariedade" durante o cumprimento de mandados da operação.

"Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio. A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário", completou em nota.

Na quinta (11), Antunes teve autorizada a quebra de sigilos pela CPMI do INSS, no Congresso. Ele é apontado como operador do esquema.

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