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Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 72% dos empresários industriais da região Sul afirmam que o chamado "Custo Brasil" aumentou nos últimos três anos. O levantamento, divulgado na segunda-feira (15), mostra ainda que 87% dos entrevistados acreditam que o crescimento desses gastos impacta diretamente no preço final para o consumidor.
A pesquisa foi encomendada ao Instituto de Pesquisas Nexus e ouviu 1.002 empresários de indústrias de pequeno, médio e grande portes, das cinco regiões brasileiras, entre 14 de julho e 7 de agosto de 2025. Para os industriais, o principal vilão é a tributação (73%), seguido pela dificuldade para contratar mão de obra qualificada (68%) e para financiar o negócio (26%).
Ao comparar o Brasil com países ricos, 71% dos empresários do Sul veem os tributos como o maior impeditivo para a competitividade internacional. Em seguida, aparecem o financiamento de negócios (62%) e o acesso à infraestrutura (58%).
Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais.
Ricardo Alban, presidente da CNI
A pesquisa integra a nova campanha da CNI, intitulada "Custo Brasil", que busca mostrar o impacto desses obstáculos ao empreendedor na vida dos brasileiros e apontar caminhos para superar as ineficiências. O termo, criado no final dos anos 1990, define o conjunto de dificuldades estruturais e burocráticas que encarecem o ambiente de negócios e prejudicam a competitividade do país.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou o prejuízo financeiro para a economia brasileira. "Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais. Esse é o preço do Custo Brasil", afirmou. Alban ressaltou ainda a necessidade de melhorar o ambiente de negócios diante de um cenário externo cada vez mais desafiador.
A campanha utiliza personagens lúdicos para representar os principais fatores que geram o Custo Brasil, como: Jurássio (juros altos), Infradonha (custos de infraestrutura), Burocratus (burocracia), Custo Circuito (custo da energia), Tributácio (tributos) e Baiacusto (que resume todas as perdas).
Para a CNI, esses "vilões invisíveis" impactam a vida dos brasileiros e sufocam a economia, contribuindo para a perda anual de R$ 1,7 trilhão. A nova ação da entidade busca mostrar como combater esses problemas e como o dinheiro desperdiçado poderia ser investido em benefícios para a população.
Campanha digital interativa explica o Custo Brasil
Para aprofundar a discussão sobre o tema, a CNI lançou um site interativo para a campanha Custo Brasil. Na página, é possível explorar cada um dos "monstrinhos" descritos abaixo, que representam os entraves do país.
- Jurássio - o monstro que representa a alta taxa de juros
- Infradonha - com o custo das obras paradas e as consequências da ausência de ampliação e diversificação da matriz logística
- Burocratus - com a morosidade da burocracia
- Custo Circuito, que representa o valor da energia para lares e empresas
- Tributácio - mostrando que os tributos estão por todos os lados
- Baiacusto - reúne o peso de todos eles, representando as perdas do Custo Brasil.
O site explica de forma didática como esses problemas afetam o dia a dia e o bolso dos brasileiros, e sugere caminhos para combatê-los. A plataforma detalha como o valor de R$ 1,7 trilhão, que a economia brasileira perde anualmente, poderia ser revertido em benefícios diretos para a população, como investimentos em saúde, educação e segurança pública.
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