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As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (RS) nesta semana já causaram prejuízos em 90 municípios, de acordo com balanço atualizado da Defesa Civil estadual nesta quinta-feira (19). O número representa um salto expressivo em relação ao boletim anterior, que contabilizava 51 cidades atingidas. Há ainda 2.993 desalojados e outras 1.583 desabrigados.
Duas mortes em decorrência dos temporais foram confirmadas até agora. O primeiro caso ocorreu em Candelária, na Região dos Vales, onde uma mulher de 54 anos foi encontrada morta após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza de um arroio. O homem que a acompanhava continua desaparecido e está sendo procurado pelas equipes de resgate. A segunda vítima é um jovem de 22 anos, localizado entre os municípios de Nova Petrópolis e Caxias do Sul. Ele estava em um veículo que caiu de uma ponte sobre o rio Caí. A identidade da vítima não foi divulgada.
Entre os municípios afetados do RS mais afetados pela chuva está Jaguari, que decretou estado de calamidade pública. Outras cinco cidades emitiram decreto de situação de emergência: Dona Francisca, Cerro Branco, Agudo, Nova Palma e Cruzeiro do Sul.
Protesto
Diante das chuvas no RS, o Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, esteve em Canoas, município da região metropolitana de Porto Alegre, para avaliar os impactos das chuvas na cidade. Durante a visita, Wolff percorreu o dique do bairro Mathias Velho, uma das áreas mais afetadas pelas inundações. A comitiva foi recebida por moradores que protestaram contra a falta de assistência, afirmando que "subir no dique seco é fácil". Segundo a prefeitura de Canoas, o número de pessoas em abrigos públicos caiu de 120 para 69 no início da noite de quinta-feira, e não há mais desalojados residindo temporariamente em casas de amigos ou familiares devido à chuva.
Em coletiva, o secretário Wolff, o prefeito de Canoas Airton Souza e outras autoridades locais fizeram um apelo por mais recursos estaduais e federais para a realização de obras de contenção. Wolff reforçou que o governo federal permanece à disposição para apoiar Canoas e o Rio Grande do Sul na superação da crise.
Chuva deve continuar
O nível do Guaíba, que banha Porto Alegre a região, continua subindo em razão das chuvas que atingem o RS desde segunda-feira (16). Nesta quinta, a altura do rio subiu em média 1 cm a cada hora, chegando a 2m60cm às 18h15 na Usina do Gasômetro, na capital gaúcha. O valor está dentro da cota de atenção (possibilidade moderada de ocorrência de inundação) para o ponto – no local a marca de inundação é de 3,60 metros.
Segundo a Defesa Civil, há previsão de continuidade das chuvas no RS até sábado (21), com risco elevado de novos transtornos, principalmente no centro e na metade oeste do estado. O órgão alerta para a possibilidade de alagamentos em áreas urbanas, enxurradas em razão das chuvas intensas e movimentos de massa (como deslizamentos de terra) em regiões vulneráveis.
Há também risco de inundações nos rios Ibirapuitã (em Alegrete), Ibicuí (em Manoel Viana), Jacuí (de Cachoeira do Sul a Triunfo), Taquari (de Estrela a Taquari) e Caí (de São Sebastião do Caí a Montenegro). O órgão estadual também alertou para a possibilidade de alagamentos em áreas urbanas, enxurradas em razão das chuvas intensas e movimentações de massa (deslizamentos) em regiões de relevo vulnerável, especialmente no centro e na metade oeste do estado.



