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Com perto de cem casos confirmados de sarampo pelo governo da Bolívia, estados fronteiriços e até mesmo mais distantes estão tomando precauções para evitar a disseminação. O país latino declarou emergência sanitária ainda em 23 de junho.
No Mato Grosso do Sul, a cidade fronteiriça de Corumbá coordenou, neste sábado (12), a entrega de 600 mil doses de vacinas enviadas pelo governo federal ao país vizinho. Segundo o ministério da saúde da Bolívia, 300 mil serão destinadas a crianças entre 1 e 9 anos e a outra metade para a faixa entre 10 e 14 anos.
O município de Corumbá também tem um grande número de alunos residentes na Bolívia, e reforçou a vacinação contra o sarampo em escolas. Além disso, a prefeitura montou um ponto de vacinação em uma feira municipal neste domingo (13).
Também está sendo negociada uma ação na fronteira junto a pessoas que circulam diariamente entre os dois países, como trabalhadores. Vizinha a Corumbá, Ladário também disse que está realizando busca ativa em creches e escolas para aumentar a cobertura vacinal e evitar que o surto de sarampo chegue ao estado.
Ações contra sarampo: Acre e Mato Grosso
Já o governo do Acre emitiu em alerta para evitar a doença no estado, que desde 2000 não registra casos. O estado faz fronteira justamente com o departamento boliviano de Santa Cruz, onde foram registradas a maior parte das contaminações.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) destacou que busca realizar detecções imediatas de casos suspeitos por meio do envio de amostras ao Laboratório Central (Lacen) do estado. Além disso, a Sesacre informa que a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do Acre.
Na sexta (10), o Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou que intensificou a vigilância e a vacinação contra o sarampo nos municípios que fazem fronteira com a Bolívia. Em 2025, o estado mato-grossense registrou 20 notificações suspeitas: 19 foram descartadas e uma segue em investigação.
Em Cuiabá, capital do estado, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) já havia emitido alerta no dia 30 de junho reforçando medidas de prevenção, quando o número de casos de sarampo na Bolívia ainda estava em pouco mais de 60 confirmações.
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (PR) também reforçou o alerta à população sobre a necessidade de manter a vacinação em dia justamente por conta do surto no país vizinho.
Mais transmissível que covid
Responsável técnica das Doenças Imunopreveníveis da Sesacre, Renata Meireles reforçou em coletiva durante a semana a preocupação com a fronteira aberta. “É um vírus que tem alta transmissibilidade. Ele é muito mais transmissível do que até a própria covid. Então nós precisamos ter muito cuidado devido à entrada e saída de pessoas”, reforçou Meirelles.
O último boletim da Organização Pan-Americana de Saúde, do início do mês, destaca a ocorrência de mais de 7 mil casos da doença nas Américas em 2025, com 13 óbitos. A imensa maioria aconteceu no Canadá, México e Estados Unidos, com 98% dos casos. Na América do Sul, além da situação recente na Bolívia.




