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Ponte Juscelino Kubitscheck

Um mês depois, o que foi feito e o que falta fazer na ponte que caiu entre MA e TO

Carros que estavam sobre a ponte foram retirados e estrutura foi perfurada para dar início ao trabalho de remoção.
Carros que estavam sobre a ponte foram retirados e estrutura foi perfurada para dar início ao trabalho de remoção. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Tocantins)

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A queda da ponte Juscelino Kubitscheck, na rodovia BR-226, entre os estados de Tocantins e Maranhão, completou um mês no último dia 22. O desastre deixou mortos e feridos, além de possíveis danos ambientais provocados pela queda de caminhões carregados de ácido sulfúrico e agrotóxicos no rio Tocantins, que divide os dois estados.

Para dar sequência à reconstrução da estrutura, o que restou da ponte deve ser implodido no início de fevereiro. A data foi anunciada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, no programa Bom dia Ministro, do canal Gov.BR no YouTube.

Segundo ele, “o primeiro grande ponto é a implosão do remanescente da ponte, que será feito no próximo dia 2”. O objetivo, afirmou o ministro, é entregar a ponte reconstruída ainda em 2025.

Para tanto, o ministério contratou, sem licitação, um consórcio para reconstruir a ponte entre os estados de Tocantins e Maranhão. Segundo publicação do ministério no Diário Oficial da União de 31 de dezembro de 2024, o Consórcio Penedo-Neópolis – formado pelas empresas Construtora Gaspar S/A e Arteleste Construções – será responsável pelas obras, com previsão de conclusão em dezembro.

A obra tem orçamento de mais de R$ 171,9 milhões, e o contrato dá 12 meses para a elaboração dos projetos de engenharia, demolição do que sobrou da estrutura antiga e a construção da nova. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sugeriu algumas atualizações na nova ponte a ser construída no local.

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Nova ponte do Estreito será maior do que a que caiu em dezembro

Segundo o Dnit, a nova ponte do Estreito, como será chamada após a conclusão, deverá ter 100 metros a mais do que a ponte que caiu em dezembro do ano passado. Com isso, a nova estrutura teria 630 metros de extensão, com um vão livre de 150 metros sobre o Rio Tocantins.

A nova ponte precisa ainda ter uma largura de 19 metros, sete a mais do que a anterior, com duas faixas de rolamento de 3,6 metros cada, além de acostamentos de 3 metros de largura em cada um dos lados da ponte. Recuperada, a estrutura deve contar com duas barreiras de proteção de 40 cm de largura cada entre as faixas de rolamento, além de guarda-corpos e passeios para os pedestres.

Veículos que ficaram sobre a ponte foram retirados para liberar implosão

Para que os trabalhos no perímetro fossem iniciados era necessário retirar veículos que ficaram sobre a ponte antiga após o desabamento. O processo foi iniciado no último dia 21, após a cabeceira da ponte do lado de Tocantins, na cidade de Aguiarnópolis, receber um aterramento e uma cobertura provisória com um composto chamado concreto betuminoso usinado a quente, nome técnico para um tipo de composto asfáltico.

A estrutura remanescente da ponte foi monitorada para detectar movimentações, e em dois dias os técnicos do Dnit conseguiram retirar os caminhões e os carros de passeio que haviam ficado sobre o local. Um dos carros que ficou preso em uma fenda teve peças e acessórios furtados, apontou reportagem do portal de notícias G1. Os proprietários acionaram a Justiça Federal para que o Dnit agilizasse a retirada do veículo.

No último dia 23, trabalhadores do consórcio contratado de forma emergencial deram início às perfurações nas cabeceiras e no que restou da ponte para preparar a estrutura para a implosão. Neste trabalho serão instalados os explosivos necessários para trazer abaixo o que restou da antiga ponte.

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Estrutura foi construída para ligar Brasília ao restante do país

A estrutura, ressaltou o ministro Renan Filho, foi construída em 1964 e a obra foi reconhecida com um prêmio internacional de engenharia por ter superado o maior vão livre entre as pontes no Brasil naquela época. O objetivo, porém, era outro.

“Ela não foi construída para escoar produção, ela foi construída para integração nacional. O país tinha tomado a decisão, recentemente, de transferir a capital do Rio de Janeiro para Brasília. E para conectar Brasília ao resto do Brasil foi preciso construir estradas. Naquele momento, na divisa de Maranhão e Tocantins não havia sequer produção, era mata”, explicou o ministro.

Desde então ,explicou Renan Filho, a região conhecida como Matopiba – junção das siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – se tornou uma das mais produtivas do mundo. A ponte, que antes servia apenas para ligar Brasília ao restante do Brasil, passou a ser uma das vias mais importantes no escoamento da safra na região. “A ponte, não dimensionada, no momento em que recebeu [ao mesmo tempo] três caminhões com grande peso, ruiu”, comentou o ministro.

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