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"O Brasil primeiro"

Zema empunha bandeira de economia mais liberal em lançamento de pré-candidatura à Presidência

Em lançamento de pré-candidatura à Presidência, Romeu Zema defendeu o liberalismo
Em lançamento de pré-candidatura à Presidência, Romeu Zema defendeu o liberalismo (Foto: Erich Mafra)

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lançou sua pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2026 neste sábado (16), em São Paulo, durante o 9º Encontro Nacional do Partido Novo. Com o slogan "o Brasil primeiro", o evento foi marcado por discursos de lideranças da sigla, reforçou o tom de oposição ao atual governo e apresentou a gestão de Zema em MG como um modelo de sucesso a ser replicado no país. Segundo a organização do evento, cerca de 1.500 pessoas estavam presentes, incluindo movimentos regionais do Novo, empresários e políticos.

Zema andou até o palco ao som de "Que País É Este", do Legião Urbana, apertando as mãos e abraçando os apoiadores presentes. Em seu discurso, adotou o tom combativo do partido, citando a necessidade de acabar com o "lulismo".

"O governo não impõe, ele só apoia. É isso que nós queremos", defendeu o mineiro, falando sob a bandeira do liberalismo. Ele destacou: "Nós estamos vacinados contra a receita fracassada da esquerda. O caminho para a prosperidade nós já conhecemos. É apoiar a livre iniciativa e ter um estado que não atrapalha."

Em seu discurso, Zema falou sob a bandeira do liberalismoEm seu discurso, Zema falou sob a bandeira do liberalismo (Foto: Erich Mafra)

Ao longo de seu discurso, defendeu ações como a redução de gastos do Judiciário, "liberdade e respeito" para empresários e a saída do Brasil do Brics. "A visão petista de que gasto é vida é uma idiotice sem tamanho, assim como a aproximação do Brasil de regimes autoritários e de nações que se opõem aos nosso valores ocidentais", cravou.

Novo anuncia estratégia e reforços para 2026

Abrindo o evento, o presidente nacional do partido, Eduardo Ribeiro, reforçou a importância do pleito de 2026 e reforçou o tom combativo contra o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente do Novo também apontou três desafios que serão o foco do partido nas próximas eleições: combater as "facções terroristas e recuperar o território brasileiro", o Supremo Tribunal Federal e "varrer o petismo do mapa".

Ele disse: "[Vamos] enfrentar os carrapatos, os mamadeiros, os privilegiados que sugam os nossos recursos e, principalmente, combater de frente a indústria de censura e de abuso de autoridade que se instalou no nosso país."

Para isso, anunciou alguns nomes que defenderão as pautas do Novo nas próximas eleições, revelando que Marcel van Hattem e Ricardo Salles serão candidatos ao Senado em 2026, representando respectivamente o Rio Grande do Sul e São Paulo. Atual vice-governador de MG, Mateus Simões foi apontado como o sucessor de Zema no estado.

Aproximação de Zema com a direita é principal estratégia

O lançamento é o ápice de uma série de movimentos de Zema nos últimos meses, que tem viajado pelo país em uma agenda com características de campanha. Ele tem se posicionado como um representante legítimo da direita, buscando atrair eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lançamento de pré-candidatura de Zema à presidência apostou em imagens de embate com LulaLançamento de pré-candidatura de Zema à Presidência apostou em imagens de embate com Lula (Foto: Erich Mafra)

Suas recentes declarações, inclusive prometendo o indulto de Bolsonaro caso seja eleito, fazem parte dessa estratégia. "Está caindo no nosso colo. Os movimentos políticos podem se direcionar a um cenário em que recaia sobre Romeu Zema a responsabilidade de liderar a direita, vencer o PT e recuperar o nosso país", defendeu Eduardo Ribeiro.

A pré-candidatura de Zema também passa pela articulação política com outros governadores com ares presidenciáveis, como Ratinho Junior (PSD). Em passagem pelo Paraná, o mineiro afirmou que, independentemente do cenário em 2026, estará com o governador da sigla de Gilberto Kassab no segundo turno.

"Se um dia eu tivesse de fazer um churrasco, tomar uma cerveja, eu escolheria esse [governador] aqui porque é bom de conversa. Além disso, é um excelente gestor", afirmou Zema no último dia oito.

Membros do Novo participaram em peso

No evento, que começou às 8h e teve o último discurso às 17h, representantes do Novo de diferentes estados e municípios estiveram presentes. Adriana Ventura, Eduardo Girão, Marcel van Hattem, Deltan Dallagnol e Ricardo Salles discursaram sobre diferentes temas.

Reforçando a aproximação do Novo com a direita, as palestras abordaram temas como "Fiscalização como arma contra o sistema", “Fuzil, farda e força: o Brasil precisa de um choque de autoridade”, “O dia em que eu olhei para a toga – e não baixei a cabeça” e "Joinville funciona: O Brasil que a esquerda diz ser impossível".

"É preciso que nós tenhamos pessoas comprometidas no dia-a-dia da política brasileira, para não permitir que o silêncio e a omissão dos bons acabe gerando o domínio dos maus", disse van Hattem.

Os deputados federais Adriana Ventura e Marcel van Hattem dividiram o palcoDurante evento do Novo, os deputados federais Adriana Ventura e Marcel van Hattem dividiram o palco (Foto: Erich Mafra)

Fazendo referência à possibilidade de ser suspenso como deputado, após ocupar a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, van Hattem reforçou que continuará a fazer oposição ao governo de Lula: "Podem vir atrás de mim até os confins da Terra, eu não me calarei."

Girão, por sua vez, apontou que agora é a hora de escolher entre o sistema ou o cidadão. "O Brasil está passando por tempos extraordinários que merecem ações extraordinárias. 2026 será um divisor de águas. É a data limite do país", disse.

Em sua apresentação, ressaltou que a maior parte das cidades mais violentas do país são administradas pelo PT. "Nós estamos vivendo uma pandemia na questão da segurança pública", cravou. "Vamos escolher que o povo brasileiro recupere a República. E com esse grande mineiro, nós vamos ter, com a graça de Deus, o país que os nossos filhos merecem."

Zema acena para o agro e para as comunidades cristã e judaica

Um dia antes do evento, Zema publicou em seu Instagram uma extensa nota refletindo sobre sua trajetória política. "Uma das maiores indignações da minha vida foi causada pela política, mais precisamente pelo PT, que destruiu o Brasil", afirmou. "Foram eles que me fizeram demitir 2000 funcionários."

Postagem de Zema com IA o colocou ao lado de símbolos religiosos e políticosPostagem de Zema com IA o colocou ao lado de símbolos religiosos e políticos (Foto: Reprodução/Instagram/Romeu Zema)

O texto foi apoiado por uma imagem gerada por inteligência artificial que coloca o mineiro, ao lado da bandeira do Brasil, enfrentando uma figura obscurecida e maior que ele.

Disposto ao seu lado, aparecem um chapéu de juta, um livro, uma motosserra e símbolos religiosos, como a estrela de Davi e o ichthys (peixe que representa um dos ícones mais antigos do cristianismo).

Apesar da motosserra, uma referência às ações do presidente da Argentina, Zema negou à Gazeta do Povo que se inspirará em Javier Milei. Ele afirmou: "Nós temos problemas diferentes aqui no Brasil."

Com a criação artificial, Zema indica os setores que espera conquistar e as bandeiras em que aposta: o agro, a redução do Estado e as comunidades cristã e judaica. "Eu sei que existem brasileiros que, assim como eu, querem libertar o Brasil do PT", cravou.

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