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Lista

8 séries na Netflix exploram mundos criados no cinema

Para desanuviar as ideias neste começo da semana, aqui vai um catálogo de seriados que dialogam com histórias surgidas em filmes

Na série “Demolidor”, Charlie Cox faz o herói cego Matt Murdock. | Divulgação
Na série “Demolidor”, Charlie Cox faz o herói cego Matt Murdock. (Foto: Divulgação)

Ah, nossos tempos frenéticos! Narrativas vêm e vão; personagens somem e ressurgem; enredos são escritos e reescritos. Não há limites para o diálogo entre mídias, e tantas vezes uma história navega por variados suportes, passando por alterações severas, ou apenas estendendo uma trama com outros meios.

Listamos oito séries de televisão que partem de longa-metragens, isto é, sua trama, ou parte dela, já foi abordada em algum filme, mesmo que os seriados não estejam necessariamente dando continuidade — às vezes, pelo contrário, a ideia é apagá-los.

Todas as séries da lista estão disponíveis na Netflix, e cada uma foi desenvolvida à sua maneira. Algumas delas, aliás, não tiveram seu marco zero no cinema, mas cada menção será devidamente justificada.

1. Buffy The Vampire Slayer (1997-2003)

O filme: “Buffy The Vampire Slayer” (1992)

Clássico do fim dos anos noventa, o seriado ajudou a alavancar a carreira de Joss Whedon, hoje já reconhecido como roteirista e diretor. Foi ele o responsável por dirigir os dois “Vingadores” e “Muito Barulho por Nada”, enquanto a brilhante série “Firefly” e o subsequente filme “Serenity” o consagraram com meia dúzia de fãs extremamente dedicados.

Em “Buffy”, a série, Joss Whedon reescreve “Buffy”, o filme, cujo roteiro havia sido escrito por… Joss Whedon. Insatisfeito com a desvalorização da personagem principal no longa-metragem, ele decidiu conduzir a carruagem por conta própria, atribuindo um tom mais perverso à sua criação. O seriado não só estourou como germinou “Angel”, um spin-off de cinco temporadas.

Ainda que com discrepâncias, tanto o filme quanto a série acompanham Buffy Summers, uma estudante superpoderosa e Caçadora (com C maiúsculo. Não é expressão: a inicial é maiúscula mesmo). Ela é responsável por derrotar vampiros e outras criaturas cabulosas, além de fazer sucesso suficiente para ser levada aos quadrinhos, videogames e mais de sessenta (!) livros.

2. Bates Motel (2013-presente)

O filme: “Psicose” (1960, disponível na Netflix)

Antes de mais nada: Alfred Hitchcock pode ter adaptado “Psicose” do romance homônimo de Robert Block, mas não só a representação do filme na cultura popular naturalmente o transforma em referência, como “Bates Motel” parte oficialmente da obra de Hitchcock. Já na terceira temporada – e com renovação garantida até a quinta –, a série desenvolve a relação entre Norman Bates e sua mãe Norma, servindo mais ou menos como prequela para um dos maiores clássicos do cinema. Isso porque, apesar da trama anteceder aquela do longa-metragem, todo o contexto é contemporâneo, além da cidade ter sido alterada. “Bates Motel” destaca a excelente Vera Farmiga na pele de Norma e já se consagrou muito mais que os esquecidos “Psicose” II, III, e IV – O Início.

3. Um Drink no Inferno (2014-presente)

O filme: “Um Drink no Inferno” (1996, disponível na Netflix). “Um Drink no Inferno 2” (1999) e “Um Drink no Inferno 3” (2000) também estão lá

No pitoresco universo que mistura vampiros, bebedeira e estradas perigosas, Robert Rodríguez parte do primeiro filme, aquele com roteiro de Quentin Tarantino (e, a princípio, apenas desse) para ampliar todo o contexto da narrativa. Dando nova vida aos personagens, sem George Clooney ou o próprio Tarantino, a primeira temporada une a fuga dos irmãos Gecko com a azarada família Fuller, além de toda a ficção de polpa brilhantemente executada no primeiro longa-metragem (e apenas nele). “Um Drink no Inferno” foi renovado para uma segunda temporada, a qual já começou.

4. Tron: Uprising (2012)

Os filmes: “Tron (1982)”; “Tron: Legacy” (2010, disponível na Netflix)

Se “Tron: Legacy” deixou a desejar, a animação serializada serve como consolo aos fãs d’A Grade — o universo digital onde pode haver dois Jeff Bridges, mas o Daft Punk ainda se apresenta com os devidos capacetes. Ao invés de acompanhar a família Flynn, “Uprising”, situado cronologicamente entre os dois filmes, conta a história de Beck (voz de Elijah Wood), desenvolvendo com visuais fantásticos e grande maturidade uma revolução dos programas contra o general Tesler e seu chefão Clu.

Até soa ridículo constatar, no entanto, ao contrário de “Legacy”, a série de fato utiliza Tron, o personagem — dublado pelo próprio Bruce Boxleitner. Apesar da boa recepção a seus 19 episódios, não houve uma segunda temporada, ainda que também não haja cancelamento oficial. Assim sendo, como um namoro entre duas pessoas que não se comunicam direito, “Tron: Uprising” parece finalizado.

Não começaram no cinema, mas...

5. Gotham (2014-presente)

Os filmes: vários. “Batman” (1989); “Batman Eternamente” (1995) e “Batman Begins” (2005) disponíveis na Netflix

É verdade que Batman surgiu nos quadrinhos, mas sua história já se espalhou de tal forma que até morcegos do Cânion Guartelá se familiarizaram com o personagem (e muito provavelmente assistiram à trilogia de Christopher Nolan). O sucesso dos filmes, afinal, com certeza teve grande influência na hora de se financiar uma série de televisão. “Gotham”, pois, segue tanto o crescimento de um jovem Bruce Wayne (David Mazouz) quanto o trabalho do Comissário James Gordon (Ben McKenzie) em uma Gotham City mais complicada do que… sempre, aparentemente. Haja problemas para uma só cidade!

A segunda temporada do seriado estreará ainda em setembro, e eventuais interessados podem relembrar algumas das encarnações de Batman sem abandonar a aba da Netflix (apesar do serviço de streaming escapar da armadura com mamilos de George Clooney em “Batman e Robin”.)

6 e 7. Agents of S.H.I.E.L.D. (2013-presente) e Demolidor (2015-presente)

Os filmes: todos do Universo Marvel no cinema

Também com origem nos quadrinhos, as duas séries entram juntas por compartilharem seu cânone. Trata-se do Universo Marvel Cinematográfico, responsável por um número cada vez maior de sucessos financeiros, do primeiro “Homem de Ferro” ao recente “Homem-Formiga” — um universo que vai ganhando força também na televisão.

“Agents of S.H.I.E.L.D.”, afinal, lida com a organização de espionagem S.H.I.E.L.D., já apresentada nos filmes, com que procura manter diálogos frequentes. Não por acaso, o protagonista Phil Coulson, interpretado por Clark Gregg, havia aparecido em algumas das obras, e o seriado costuma trafegar pela periferia narrativa dos blockbusters.

“Demolidor”, sem relação com o filme de 2003, foi desenvolvido pela própria Netflix e ruma à segunda temporada. Apesar de oficialmente ligado aos lançamentos da Marvel, nota-se um certo afasmento devido a seu tom mais soturno (e um número menor de conexões entre mídias). A série foi criada por Drew Goddard, que por sinal trabalhou com Joss Whedon em “Buffy” e no filme “O Segredo da Cabana”. Tudo está conectado — chamem a S.H.I.E.L.D.!

8. Hannibal (2013-2015)

Os filmes: “Caçador de Assassinos” (1986); “Silêncio dos Inocentes” (1991, disponível na Netflix); “Hannibal” (2001); “Dragão Vermelho” (2002); “Hannibal – A Origem do Mal” (2007)

Por fim, uma franquia pra lá de icônica. Ao contrário do que propaga o olhar penetrante de Anthony Hopkins, o personagem Hannibal Lecter é mais um oriundo da literatura, tendo o romance “Dragão Vermelho”, de Thomas Harris, como ponto de partida. Como no caso de Batman e da família Bates, porém, é evidente o papel do cinema na propagação do canibal mais famoso do planeta.

Na salada de influências disponível à recentemente cancelada “Hannibal”, estão não só o romance mencionado como duas adaptações cinematográficas, “Caçador de Assassinos” e “Dragão Vermelho”. Como é de se esperar, a obra aborda o psiquiatra cortês (Mads Mikkelsen) em seus rodeios de manipulação, tendo Will Graham (Hugh Dancy), como alvo, estudo de caso ou simplesmente parceiro improvável — um bromance às avessas.

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