
Depois de marcarem a cena eletrônica de Curitiba, a partir do fim dos anos 90, e se firmarem como um dos principais nomes das pistas de todo o país, Leozinho Arlant e Rodrigo Paciornik são os únicos representantes da música do Paraná no Rock in Rio, que começa amanhã (leia mais na matéria ao lado). Junto com o gaúcho Fabrício Peçanha, que se uniu à dupla em 2002, os DJs formam o Life Is a Loop uma das atrações do palco eletrônico do megafestival.
Este não é o primeiro festival de bandas em que o trio se apresenta. O coletivo, que surgiu de uma festa para comemorar o milésimo show de Leozinho e Paciornik, já tocou em eventos como o SWU, Lupaluna e Planeta Atlântida. "A música eletrônica está muito forte e os festivais perceberam isso. Não é um clube underground, de poucas pessoas. Tem grandes produções, gera mercado e atrai patrocinadores", diz Paciornik, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Assim como os outros integrantes do Life Is a Loop, o DJ mora em Santa Catarina um polo da música eletrônica do país.
O convite para o Rock in Rio foi uma espécie de reconhecimento do projeto Life Is a Loop. De acordo com Paciornik, a direção artística do festival não pretendia convidar coletivos para se apresentar, mas o nome do trio foi "unanimidade". "No Rock in Rio de 1985 eu tinha 12 anos e falava: cara, que legal esse festival. Imagine, vinte anos depois e eu estou lá, tocando. Se eu tivesse que encerrar a carreira no sábado [depois da apresentação no primeiro dia do festival], estaria satisfeito", brinca o DJ, que começou a se apresentar com Leozinho em 1998, na extinta Rave Night Club, em Curitiba. Foi nessa época que Paciornik, que é baterista, apresentou a ideia de tocar percussão ao vivo, junto com a discotecagem do parceiro. "A cena eletrônica estava começando a ganhar força no Sul em Curitiba, principalmente. E o público gostou da fusão."
As apresentações foram ganhando um formato mais próximo dos shows de bandas. "Percebemos que o público que ia ver apresentações dos DJs queria coisas diferentes", explica. "Hoje, usamos vídeos e efeitos, fazemos o público participar e levamos convidados, sempre procurando fazer tudo no momento certo", diz o DJ, que cuida da produção do show, enquanto os companheiros fazem a pesquisa musical. "O Fabrício faz um som mais conceitual do que comercial, e mais ligado ao tecno. Ele se preocupa em trazer novidades. Eu e o Leozinho, que é mais ligado ao tech-house, levamos um som mais energético, mais progressivo e com bastante melodia", diz. "Essa é função do DJ: informar e divertir."




