
Na última segunda-feira, três repórteres da Gazeta do Povo foram assistir a uma sessão do filme Estação Espacial 3D, na sala Dom Bosco IMAX Theatre, do Shopping Palladium. Eles voltaram com opiniões sobre os óculos, as poltronas, a tela, o som, o preço do ingresso (R$ 30 e R$ 25 somente às quintas-feiras) e a tecnologia que pode ditar o futuro do cinema. A seguir, confira o que cada um achou da experiência e saiba mais sobre o funcionamento e as características da sala
Nunca sonhei ir à Lua, mas me senti lá
Juliana Girardi
Eu nunca tive fascinação por viagens ao espaço sideral ou filmes de ficção científica. Nunca sonhei ir à Lua nem desejava me tornar uma astronauta quando crescesse. Mas ao assistir ao filme Estação Espacial 3D no Dom Bosco IMAX Theatre me senti lá: flutuando por corredores minúsculos de uma nave, cuja vista da janela era nada mais do que o planeta Terra.
Tudo impressiona na nova sala inaugurada no Shopping Palladium. A começar pelo tamanho da tela (300 metros quadrados de superfície e 16 metros de altura), maior que o prédio onde eu vivi minha infância. As poltronas grandes têm espaço generoso entre as fileiras e os óculos especiais 3D mais parecem aqueles utilizados por esquiadores ou jogadores de vôlei de praia.
Filmado pelos próprio astronautas, que receberam treinamento especial para operar câmeras 3D, o documentário brinca com o espectador. Difícil não esticar o braço para tentar alcançar um dos M&Ms atirados por um dos membros da tripulação durante uma guerra de comida. Inevitável sentir vontade de molhar os pés na praia que aparece em uma das cenas, bem na frente da sua poltrona. Proteger o rosto contra a poeira levantada quando a nave decola, também é automático. Cinema mais envolvente que isso, impossível.
Alta tecnologia justifica o preço do ingresso
Guilherme Voitch
Provavelmente você já viu algum filme ou documentário em que uma nave espacial era lançada ao espaço. Ver a mesma cena tridimensionalmente é perceber que chegamos a um divisor de águas na história do cinema. Difícil não se assustar com a fumaça e os detritos que voam em sua direção após o lançamento da nave.
Numa sala IMAX, o telespectador sente-se no meio da cena, envolvido por ela.
Os astronautas que ficam flutuando para lá e para cá parecem estar bem ao seu lado. Por vezes dá vontade de esticar o braço para pegar uma laranja que escapou do saquinho de alimento da rapaziada que vive na estação espacial. A qualidade de som e imagem é única e diferente de tudo que você já viu em cinema. Dá para imaginar como será a popularização dessa modalidade de sala. Imagine aquele filme cheio de efeitos especiais em 3D? Você não só vê a batalha, você está no meio dela.
O preço para uma sessão de dia de semana (R$ 30) é relativamente baixo, levando em conta a tecnologia que você tem disponível. A sala ainda tem aquele cheiro de novinha que torna tudo mais agradável. No final das contas, o melhor a fazer é ir ao IMAX, mas sem pular da cadeira.
Meus óculos se entenderam sem problemas
Cristiano Castilho
Uso óculos desde os 16 anos. Me senti como naquele tempo cegueta de adolescência quando entrei no cinema. A imagem azul na tela gigantesca surgiu tremida, desfocada. Era como se minha miopia ou o astigmatismo, nunca sei tivessem aumentado de súbito. Mas a salvação estava logo ali na mão direita: um óculos grande, preto e de plástico foi entregue pelo funcionário do cinema antes de um "bom filme" meio desanimado e ajeitou tudo.
Sentamos. Confesso que foi engraçado ver meus colegas com aquela coisa na cara, como se estivessem prestes a mergulhar em algum mar caribenho. E meus dois óculos felizmente se entenderam: um sobre o outro, sem problemas. Até tentei, otimista, assistir a Estação Espacial 3D só com o grande e de plástico e sem o pequeno e torto. Não deu.
No IMAX, tudo impressiona. O som de 14 mil watts, a tela do tamanho de um prédio que te faz mexer a cabeça para acompanhar algumas cenas, e principalmente o efeito de tudo isso. Me encolhi na hora em que um ônibus espacial decolou porque pedras voaram na minha cara; enxerguei dentro da orelha de um astronauta norte-americano; quase rebati a laranja que outra mulher do espaço jogou na câmera. A experiência vale, pena que custa R$ 30.



