
Após 14 anos no ar, a série A Grande Família, da Rede Globo, termina hoje, mas em atmosfera de festa e homenagem.
No 489.º e último capítulo da comédia de costumes, atores convidados incorporam os personagens centrais da atração. Na trama, eles são contratados para atuar em uma série sobre a vida da família Silva que termina muito unida.
"Os finais dos personagens já foram contados no capítulo anterior, após seguirmos uma tendência mundial de trazer mais drama ao seriado, sem fugir da comédia", diz a roteirista Adriana Falcão. Ela define o episódio de encerramento como uma grande homenagem.
Nele, a família de Lineu (Marco Nanini) vira inspiração de uma série na própria Globo. Com aprovação de todos, Tony Ramos e Glória Pires assumem o papel de Lineu e Nenê. Bebel, Agostinho e Florianinho são vividos por Deborah Secco, Lázaro Ramos e JP Rufino. Já Marcelo Adnet se encarrega de fazer Tuco, enquanto Alexandre Borges e Luana Piovani dão conta de Paulão e Lurdinha.
"Pensamos em quem poderia fazer cada personagem, hoje em dia, e conseguimos grandes atores", diz Adriana.
Marco Nanini conta que a ideia foi gerada em conjunto. "Sempre fomos uma equipe. E foi bonito ver esse time de atores generosos nos prestigiando, vestindo os personagens como se fossem uma nova família."
A última temporada teve média de 20 pontos no Ibope (cada um equivale a 65 mil domicílios na Grande São Paulo). Na estreia, em 2001, a série atingia os 22 pontos. Seu ápice foi em 2006, quando alcançou os 40.
"É uma história familiar bem contada e que se confunde com a história do país. É a família mítica do povo brasileiro. Saímos do ar para entrar na história", diz Guta Stresser, a Bebel.
Conquista
Roteirista de A Grande Família no início da série, Cláudio Paiva lembra da rapidez com que o programa atingiu o público.
Para ele, porém, a longa duração de seriados televisivos está fadada ao fim.
"O público, hoje, tem pressa. Na época, estreamos com a proposta de levar ao ar só 12 capítulos, mas o sucesso foi tanto que estendemos ao ano todo. Em poucos capítulos, já nos distanciamos da versão original", conta.
Desde então, a média é de 36 capítulos por temporada. "Muitos redatores passaram pela série, o que foi fundamental para que o público não se cansasse", diz Paiva.
Para ele, porém, o mérito do sucesso não se restringe a isso. "Eram muitos talentos vivendo um grupo de personagens em conflito, mas sempre ligados ao afeto familiar. É uma base muito forte. O público se vê ali."
Paiva lembra que brigou para que o seriado fosse exibido logo após a novela das nove. "A primeira temporada foi ao ar tarde, depois de um programa policial. Quando migramos, elevamos a audiência. Prendemos muitos telespectadores de novela."



