
A famosa frase do Pequeno Príncipe "Tu serás eternamente responsável por aquilo que cativas" já foi parar na boca de muita miss. Virou clichê mas, apesar de batida, ainda é uma lição que faz pensar.
O nobrezinho, pequeno em tamanho, mas sábio em suas virtudes, é o único habitante de um planeta minúsculo distante, criado pelo escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, em 1945. O livro se tornou um best seller e clássico da literatura infanto-juvenil.
Desde 2003, o Princípe transformou-se em uma loira alta, que resgatou a criança que já foi um dia para interpretar o personagem. Luana Piovani, que acaba de completar 30 anos com uma sessão de fotos nuas para a Revista Trip, dá vida ao cândido principezinho. Ela é a protagonista e produtora do espetáculo, que finaliza suas últimas apresentações pelo país no Guairão, nos dias 29 e 30 de junho e 1.º de julho.
Quando a atriz convidou João Falcão, autor e diretor de teatro, cinema e TV, para adaptar e dirigir o espetáculo, não escutou um "sim" imediato. Ele foi pensar em casa e, um bom tempo depois, voltou com a resposta. "Ele foi um fofo. Disse que tinha duas filhas adolescentes e estava apavorado com o mundo", conta Luana. Diante disso, decidiu colocar as sábias palavras do Pequeno Príncipe em cena.
A atriz já estava apavorada há bem mais tempo. "É preciso oferecer princípios como educação, saúde, lazer e cultura para que as crianças sejam adultos melhores e não policiais corruptos e governantes alheios à realidade. É preciso dar a elas esperança", desabafa. Pensando nisso, criou uma produtora própria, que incursionou pelo universo infantil já em seu primeiro espetáculo: Alice no País das Maravilhas, vencedor do Prêmio Qualidade Brasil 2003 na categoria melhor espetáculo.
O Pequeno Príncipe pegou carona no sucesso de sua sucessora Alice. A peça já foi assistida por mais de 160 mil espectadores e venceu os prêmios Criança do Brasil 2006, da Prefeitura de São Paulo, como melhor espetáculo; e, Qualidade Brasil 2006, nas categorias de melhores espetáculo, diretor, ator e atriz.
A montagem é fiel ao texto, mas Falcão criou algumas surpresas para a criançada. "No livro, o menino é melancólico pontuado por momentos de alegria. Na peça, ele é um menino alegre pontuado por momentos de melancolia", define Luana. Em 55 minutos, as crianças transportam-se para o universo do pequeno nobre, que, longe de seu país, encontra um aviador (Marcus Alvisi), com quem compartilha experiências divertidas. Durante a viagem, busca o sentido da vida, fazendo o público refletir a partir de coisas simples, como o barulho do vento e a amizade com uma raposa (vivida por Isabel Lobo, que também faz o Pássaro).
Outra novidade que não está no livro é a presença do circo. "O circo não pode morrer, faz parte da infância de todo o mundo, por isso, sempre está presente em meus espetáculos", diz Luana. Os atores atuam em meio a acrobacias aéreas, estripulias no trapézio e teatro de bonecos.
Também fazem parte do elenco Ana Baird (Rosa e Pássaro), Renato Oliveira (Serpente e Pássaro) e Felipe Koury (Donos do Mundo e Pássaro).
Enquanto encarna o pequeno, Luana se prepara para outros vôos teatrais: em setembro, encena o monólogo Pássaros da Noite. Também já planeja a próxima investida no mundo infantil: Soldadinho de Chumbo, com previsão de estréia em 2009.
Serviço O Pequeno Príncipe. Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7982. Dia 29, às 19 horas; e dias 30 de junho e 1.º de julho, às 17 horas. Platéia R$60 e R$30 (meia); 1.º balcão R$ 50 e R$ 25 (meia); 2.º balcão R$ 40 e R$ 20 (meia). Meia-entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Fidelidade Teatro Guaíra.



