
Vladimir Brichta esteve em Curitiba nesta quarta-feira (28) para o lançamento do longa "A Mulher Invisível", dirigido por Claudio Torres (Redentor) e com estreia em 5 de junho. Em entrevista à Gazeta do Povo, o ator falou sobre seu personagem no filme e definiu a mulher imperfeita como a ideal para ele. "A perfeita é aquela que tem imperfeições. E é por isso que a mulher perfeita não é boa", disse.
No filme, Brichta dá vida a um controlador de tráfego que não acredita no amor e tenta convencer seu amigo Pedro (Selton Mello) a permanecer solteiro, como ele. Por outro lado, Pedro, com sua fixação por relacionamentos, se encanta pela vizinha "perfeita", Amanda (Luana Piovani), mulher que, segundo Carlos, simplesmente não existe.
Quando questionado se na vida real o ator é mais parecido com Carlos ou Pedro, Brichta declara que ainda acredita no amor e na relação a dois. "Eu diria que me identifico mais com o Pedro pelo fato de eu querer casar."
O ator também afirmou ter aceitado trabalhar no filme mesmo antes de ler o roteiro porque já era fã de Torres. "Dentro de mim eu já tinha aceitado, mas claro, a gente tem que fazer um jogo duro e jogar um charme, por isso pedi o roteiro", brincou.
Confira a entrevista completa:
Como foi receber o convite para o filme? É verdade que você aceitou o papel mesmo antes de ler o roteiro?
Eu já era fã do trabalho do Claudio Torres. Quando ele me ligou e me convidou para fazer o filme, dentro de mim eu já tinha aceitado, mas claro, a gente tem que fazer um jogo duro e jogar um charme, por isso eu falei pra ele me mandar o roteiro pra eu dar uma olhada. Eu assisti ao Redentor, que é um grande filme. E o Claudio é uma pessoa que eu já admirava e queria muito trabalhar com ele. O Claudio me ligou um mês antes de começarem os ensaios. E depois que eu li o roteiro, também fiquei encantado.
Você acha que A Mulher Invisível tem fôlego para ser mais um sucesso de bilheteria depois dos nacionais "Se eu Fosse Você 2" e "Divã"? Quais são suas expectativas?
O filme é uma comédia sobrenatural, que flerta com o estilo comum de comédia americana. E por mais que seja uma comédia hilária em dados momentos, também tem certa delicadeza. Eu até acho que poderia ter sido feito um drama desse roteiro. Tem algo de tocante nisso, o que é um "algo a mais" para o filme. É lógico que as pessoas vão ao cinema para se divertir e vão se divertir vendo o filme, mas ele tem um "plus".
Em A Mulher Invisível, o que mais chama a atenção do público: a história do filme ou Luana Piovani de calcinha?
Luana Piovani de calcinha é um atrativo, sem dúvida nenhuma. Espero que ajude na nossa empreitava porque eu torço muito pelo sucesso do filme. Acho que tem um potencial enorme, mas o grande trunfo é ser uma comédia muito divertida, com um grande roteiro. O primeiro grande mérito é o roteiro. É muito inspirado e fantasioso no melhor sentido possível. E segundo vem, sem dúvida nenhuma, a atuação do Selton que é louvável.
Você se inspirou em alguém pra compor o Carlos? Como foi esse processo?
Não me inspirei em nenhuma pessoa especificamente, mas levei um pouco de algumas pessoas que conheço. Às vezes tem uma piada, um tipo de bordão que é de algum amigo meu e eu coloco, um modo de improvisar. Eu e o Selton tivemos liberdade para improvisar. Acho que tem uma gama de referências, e a comédia deve ser feita dessa forma. Eventualmente, em um drama, a gente tende a buscar referências mais interiores para dar o clima necessário, mas quando é uma comédia... Tem muita coisa grandiosa que já foi feita.
Na vida real, você diria que se parece mais com o Carlos, que é mais realista, pé no chão e não acredita no amor, ou com o Pedro, um romântico e sonhador?
Eu diria que eu me identifico mais com o Pedro pelo fato de eu querer casar. O filme tem esse conflito bacana: um cara que discursa pela solteirice absoluta e outro que quer estar casado. E ele quer casar a qualquer custo a ponto de inventar uma pessoa. Eu me identifico mais, obviamente, com o Pedro porque eu acredito no casamento, e acredito na relação a dois. Acho bonito. Nesse sentido o Carlos tem uma transformação muito clara no filme, ele realmente se torna capaz de amar. É o personagem que mais se transforma e isso é valioso. Claro que é um clássico da comédia romântica, mas eu gostei de poder defender esse personagem.
Você acredita que existe uma mulher perfeita ou acha que ela é invisível?
A perfeita é a que tem imperfeições. A gente costuma inventar as outras pessoas nos nossos relacionamentos. Transforma aquela pessoa no nosso imaginário, no nosso ideal. Mas esse relacionamento nunca é tão saudável e é por isso que a mulher perfeita não é boa. E essa relação é a que menos interessa. Passado o tempo você descobre uma pessoa muito melhor, menos idealizada. Então a mulher imperfeita é a mulher ideal.




