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A peralta que virou artista

Exposição de Danielly Dias Sandy, aberta para o público hoje no Sesc Água Verde, traz 18 obras da artista que começou a pintar aos 6 anos de idade

A artista escolheu um de seus autorretratos para integrar as obras da sua primeira exposiçao individual | Fotos: Priscila Forone/Gazeta do Povo
A artista escolheu um de seus autorretratos para integrar as obras da sua primeira exposiçao individual (Foto: Fotos: Priscila Forone/Gazeta do Povo)
Desenhar rostos é a paixão e especialidade de Danielly |

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Desenhar rostos é a paixão e especialidade de Danielly

Caçula de cinco filhos, a artista plástica Danielly Dias Sandy, de 27 anos, foi uma criança que deu dor de cabeça aos pais: não tinha brinquedo, história ou passeio que prendesse sua atenção por mais de cinco minutos. A coisa só mudava quando ela se aproximava dos lápis de cor da irmã mais velha. Foi aí que seu pai percebeu que as tintas, pincéis e aquarelas eram a única solução. Ganhou dele o primeiro estojo com tintas a óleo aos 6 anos. Nunca mais parou de pintar. Até chegar à sua primeira exposição individual, Retratos, inaugurada ontem à noite e em cartaz até o fim do mês no Sesc Água Verde, Danielly expôs em mais de 20 coletivas em Curitiba. Porém, começou a mostrar seus desenhos ainda adolescente, no colégio em que estudava em Santo Antônio da Platina, cidade onde chegou ainda menina, vinda de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do estado. A sua arte, contraditoriamente, fez com que ela ficasse conhecida como a "menina maluquinha" da escola, com as professoras em buchicho: "Olha ali o que ela fica fazendo na aula, em vez de estudar".

Veio de mala, pincéis e cuia para Curitiba aos 17 anos para estudar pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Especializou-se em museologia e concilia o trabalho autoral com o de arte-educadora no Museu Oscar Niemeyer (MON). Jamais sai de casa sem uma bolsa de plástico azul, com parte de seus materiais de pintura, que utiliza nas horas vagas ou intervalos para o almoço. Sente -se quase sem roupa sem eles. A pequena caderneta de desenhos, que usa principalmente em seus trajetos no ônibus e que são quase uma "arte de bolso" feita com caneta preta, também não sai das mãos de Danielly.

Expressões

Como o título da sua exposição sugere, não é difícil pensar que a artista fosse conhecida, justamente, pelos desenhos dos rostos das pessoas. Já atendeu juízes, médicos e até políticos. Um deles, aliás, encomendou e nunca pagou: alegou que não estava parecido. O rosto foi redesenhado pela artista, de ponta-cabeça, e integra a exposição com o título "Retrato de Quem Encomendou e Não Pagou".

Com sutileza, a moça com cara de menina alerta aos desavisados que retratos não são somente figuras humanas: é algo que surge em meio ao que ela chama de "turbilhão de percepções e sentimentos". Faz quadros com o vulto de um animal, em cores fortes e vivas, misturado com pequenos desenhos espalhados pelos cantos da tela, quase ocultos. Já foi definida como surrealista e visionária. A única coisa que quer, diz, é não se definir. Isso fica para os outros.

Serviço:

Retratos, mostra individual de Danielly Dias Sandy. Sesc Água Verde (Av. República Argentina, 944), (41) 3342-7577. 2ª a 6ª das 8h às 20h. Sáb., das 9h às 13h. Entrada franca. Até 31 de outubro.

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