
Conhecido principalmente por ter produzido um dos mais importantes discos de rock da década passada, o Is This It (2001), da banda The Strokes, o produtor norte-americano Gordon Raphael vai passar uma temporada na capital paranaense. Ele foi convidado para repetir a parceria com a banda Audac depois do elogiado álbum de estreia do grupo curitibano, no ano passado, e deve ficar até o dia 23 período em que poderá ser visto em várias ocasiões.
A primeira será amanhã. Gordon será o convidado especial no show do Audac no James Bar. No dia 20, as posições se invertem. O norte-americano apresenta seu repertório autoral com a banda curitibana, que também deve tocar algumas de suas canções em um repertório ainda a definir.
As atividades do músico e produtor, no entanto, devem ir além das gravações do novo disco e dos shows. "Sempre que vou passar 20 dias em uma cidade, tento me conectar de alguma forma com outros artistas, músicos, pintores e filmmakers e tento me tornar parte da comunidade criativa", conta Gordon, em entrevista para a Gazeta do Povo. "Assim, haverá mais razões para eu voltar", explica o produtor, que diz esperar mensagens e solicitações no Facebook. "Quase todo o meu trabalho vem por meio de pessoas me escrevendo por ali", diz.
Gravações
Gordon trabalha essencialmente com artistas novos. Foi o caso dos Strokes, da cantora e pianista Regina Spektor e, agora, do Audac. O segundo disco da banda curitibana começa a ser trabalhado em um contexto de maior intimidade com o produtor, com quem se encontrou em Florianópolis para registrar o primeiro trabalho após levantar fundos por meio do site de crowdfunding Catarse.
"Desta vez, foi por nossa conta. Fizemos toda a logística da viagem", conta o baterista Pablo Busetti, que está hospedando o produtor em casa. "Agora está tudo bem mais próximo da gente", diz.
Para Gordon, esta situação é benéfica. "Meu estilo de produção é inteiramente baseado no meu relacionamento com os artistas", diz. "Quando trabalho com alguém, quero que minhas ideias sejam ouvidas. E não estou realmente interessado em fazer alguma coisa que eu goste se a banda não estiver apaixonada por ela. Então, descubro exatamente o que a banda está buscando, e é daí que vem a minha direção", explica o produtor, que fala em transformações no som da banda para o próximo disco. "Mas acho também que o que o Audac essencialmente é virá à tona de um jeito familiar", prevê.



