Rio de Janeiro - A franquia de filmes Shrek, que conta a saga do simpático ogro, sua esposa e seu fiel escudeiro Burro, destacou-se no mundo das animações por fazer um medley com numerosos personagens secundários tirados dos contos de fadas, da carochinha e do fabulário infantil em geral. Mas um personagem em particular ganhou tanto destaque quanto o protagonista que, na visão dos produtores, mereceu um filme à parte. Gato de Botas tem como estrela o felino livremente inspirado na história do francês Charles Perrault (16281703).
Dublado por Antonio Banderas desde a sua primeira aparição, em Shrek 2 (2004), a versão latina do gato francês é um misto de Don Juan e Zorro, que apela para seu cativante olhar quando todo o resto falha. "É um personagem colorido e poliédrico, um pouco canalha e sem vergonha, mas ao mesmo tempo dotado de honra e nobreza", declarou Banderas ontem na coletiva de imprensa concedida no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, por ocasião da pré-estreia brasileira, onde estavam também a atriz Salma Hayek que interpreta a ágil ladra Kitty Pata-Mansa , o diretor Chris Miller e o co-fundador do estúdio de animação Dreamworks, responsável pela produção do longa metragem, que estreia no dia 9 de dezembro em 3D, Jeffrey Katzenberg.
De acordo com Katzenberg, a ideia de criar uma saga própria para o Gato de Botas veio do próprio Banderas, que também moldou a personalidade do felino. "Antigamente, os filmes de animação contratavam dubladores para se adequar ao personagem já criado. Agora podemos criá-lo junto com o roteiro. Quis fazer algo que fosse na contramão da ideia mais óbvia, que era fazer um gato de voz fina e engraçado", conta o ator espanhol. O CEO da Dreamworks aprovou o resultado: "O Gato de Botas, no Shrek, foi um sucesso instantâneo, e a reação positiva do público influenciou nossa decisão de fazermos esse fime".
Enredo
Em Gato de Botas, o felino, procurado pelas autoridades, reencontra seu velho amigo de infância, o ovo Humpty Dumpty (Zach Galifianakis), com quem se desentendeu no passado. Juntos, com a ajuda da valente Kitty Pata-Mansa, resolvem roubar os feijões mágicos dos criminosos Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris), para chegar ao castelo do gigante nas nuvens e capturar o tesouro da Gansa dos Ovos de Ouro. Salma Hayek, que interpreta pela primeira vez uma personagem animada, diz que Kitty é contrária aos estereótipos latinos femininos: "Ela não é melodramática nem indefesa, e precisa salvar os homens às vezes, como acontece na vida real", brinca.
Já o diretor Chris Miller, praticamente um estreante na direção além de um curta, dirigiu Shrek Terceiro se diz satisfeito com sua primeira experiência com a tecnologia 3D: "Conseguimos realizar uma experiência de imersão muito boa com Gato de Botas. O 3D deu um dinamismo ao filme que reflete o mundo do gato".
Katzenberg, que havia afirmado no ano passado ao apresentador de tevê americano Stephen Colbert que, a partir de então, todos os filmes da Dreamworks teriam uma versão em 3D, disse que a tecnologia sofreu um avanço significativo nos últimos anos, e citou como exemplos bem-sucedidos a superprodução de James Cameron, Avatar, e a animação de sua empresa, Como Treinar Seu Dragão: "O Brasil, por exemplo, tem agora mais de 400 salas 3D entre cerca de 3 mil salas de cinema. É um mercado potencialmente muito grande e tende a crescer mais nos próximos anos", opina.
O repórter viajou a convite da Paramount.
