
O cantor mineiro Alexandre Pires chega a Curitiba para apresentar nesta quinta-feira (14), no Curitiba Master Hall, o seu novo trabalho: "Em Casa". Depois de um período dedicado a carreira internacional, Pires voltou às origens do samba e pagode. "A vontade de gravar um som popular, bem brasileiro, estava gritando dentro de mim. No Brasil, não falta nada. Fazemos do pouco, muito", disse em entrevista, por e-mail, à Gazeta do Povo.
Apesar de saber que carreira começou com o pagode, samba e seguiu para a música romântica, o cantor contou que sente falta de "um ritmo em especial". "Adoro música latina, gostei de tudo. É muito bom ter dois públicos distintos, mas esse trabalho eu quis que fosse de samba. O bom pagode me traz saudade", disse.
Para a apresentação em Curitiba, Pires disse que prepara surpresas ao público, mas o repertório é "quase a íntegra do CD/DVD 'Em Casa'". "Tenho saudade de poder tocar um álbum inteiro em um show", contou. Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Este novo trabalho, "Em Casa", traz algumas características que você tinha deixado de lado nos trabalhos anteriores, e foca mais na sua própria identidade musical expondo ao máximo os ritmos do pagode e do samba. Como foi a concepção deste projeto? Você se sente melhor "Em Casa"?
A vontade de gravar um som popular, bem brasileiro, estava gritando dentro de mim. Samba e pagode são minhas raízes. Assim nasceu o projeto "Em Casa". O público latino é super importante para mim, mas a saudade de casa me fez lançar esse projeto. Você sentiu necessidade de voltar às suas raízes? O que no ritmo latino e na sua passagem no exterior não agradou?
Adoro a música latina, gostei de tudo. É muito bom ter dois públicos distintos cantando o meu trabalho. Mas esse trabalho eu quis que fosse de samba.
Você ainda pretende lançar um novo projeto com músicas românticas ou a intenção é apenas apresentar as que já fazem parte do seu repertório como parte do seu show?
No momento estou dedicado a turnê do CD/DVD "Em Casa", não estou pensando nos próximos trabalhos ainda.
O repertório do show traz um balanço de sua carreira, com canções do Só Pra Contrariar, composições românticas ao estilo latino além das composições mais recentes. Que fase da sua trajetória lhe dá mais saudade e por quê?
Minha carreira se fez no pagode, samba e música romântica. Mas o bom pagode me traz saudade. E também tenho saudade de poder tocar um álbum inteiro num show.
As composições mais recentes trazem, além do pagode e do samba, algumas influências do ritmo angolano e até mesmo o funk. Como é trabalhar com estes outros ritmos? Você sente dificuldade em experimentar novas tendências no cenário musical atual?
É uma felicidade poder cantar e dançar outros ritmos, como bom brasileiro: cheio de suingue.
Como é voltar aos palcos curitibanos? Você guarda algumas surpresas para o show na capital paranaense ou será a mesma apresentação vista em DVD?
Adoro o sul do país. Temos surpresas, mas o repertório é quase a íntegra do CD/DVD "Em Casa".
Você já trabalhou com artistas renomados do cenário musical internacional. Para você, o que falta na produção brasileira?
Não falta nada. No Brasil, fazemos do pouco muito. A criatividade sempre acaba sendo maior. Somos abertos ao novo, as tendências chegam rápido a nós e a alma do brasileiro se alimenta de música.
Há algum artista da nova geração que você acha que tem potencial para ter uma longa carreira no meio musical?
Acho que tem vários, basta ter talento, um pouco de sorte e dedicação.
E quais são os projetos para os próximos anos?
Por enquanto, só penso no trabalho atual, "Em Casa".



