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Opinião

Adaptação “passional” de Bergman não convence

“Através de um Espelho” perde o ponto ao tratar densidade do drama sueco com atuações marcadas por clichês e exageros

É um desafio de difícil solução a adaptação para os palcos das obras do cineasta Ingmar Bergman, que tanto se vale da intensidade dos planos fechados no rosto dos personagens, do silêncio e do intimismo. A montagem de Ulysses Cruz para “Através de um Espelho”, apresentada no domingo (29), no Teatro da Reitoria, pareceu tentar contorná-lo com uma abordagem mais passional, mas não passou de uma das primeiras barreiras – a interpretação. O texto adaptado pela dramaturga britânica Jenny Worton soou artificial e marcado por alguns clichês nas atuações do elenco, que conta com a atriz Gabriela Duarte.

Ela vive a protagonista Karin, uma jovem perturbada por uma doença mental degenerativa que passa férias em uma casa de veraneio com o marido, o médico Martin (Marcos Suchara); com o pai ausente, o escritor David (Nelson Baskerville); e com o irmão mais novo, Max (Lucas Lentini).

No papel de uma personagem à beira da loucura, Gabriela foi certamente o destaque, mas não fugiu ao conjunto de vários pequenos excessos de atuação e falta de sutilezas que, junto com um ritmo às vezes apressado e uma trilha sonora que em alguns momentos soou elementar, reduziram a profundidade do drama, que acabou não convencendo.

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