
Steve Carell é um ator interessante, mas irregular.
Se está na medida em O Virgem de 40 Anos, uma comédia que não banaliza seu talento, o astro da série The Office é capaz de cometer bobagens como Agente 86 e Todo Poderoso 2, filmes nos quais as nuances de que é capaz se diluem em clichês e gags idiotas.
Em Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada, que chega hoje às telas curitibanas, Carell volta a fazer as pazes com o humor inteligente e sensível. Ele é Dan Burns, dono da coluna de aconselhamento de um grande jornal. Viúvo, ele cria sozinho três filhas, que o tratam como se fosse um irmão mais novo. No Dia de Ação de Graças, ele leva as meninas para passar o feriado com os avós (John Mahoney e Dianne Wiest), que vivem no estado vizinho de Rhode Island. Lá, ele resolve ir a uma livraria, onde conhece Marie (Juliette Binoche), por quem sente uma afinidade instantânea. Suspeita que pode ter encontrado alguém muito especial. Está certo.
Depois de algum tempo conversando, Dan e Marie se despedem. Ela lhe dá o número de telefone e fica no ar a promessa de um reencontro. Ele só não espera que seja tão cedo. Horas mais tarde, na casa dos pais, seu irmão Mitch (Dana Cook) chega para o jantar com a nova namorada. Adivinhe quem é?
Diretor do ótimo Do Jeito Que Ela É? (2003), o também roteirista Peter Hedges revisita temas que lhe são caros: relações familiares e amorosas, conflitos entre gerações e perus assados a ação de seu filme anterior também se desenrola durante o feriado mais importante dos americanos. A refeição, mais uma vez, vale a pena. GGGG



