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Música

Apreciação de longa duração

Iron Maiden: experimentações e canções mais lentas marcam novo álbum | Divulgação
Iron Maiden: experimentações e canções mais lentas marcam novo álbum (Foto: Divulgação)
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Depois de sua mais recente turnê, Somewhere Back in Time, em que fizeram 90 shows ao redor do mundo, viajando a bordo de um Boeing 757 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson, o Iron Maiden provou que, definitivamente, faz as coisas em seus próprios termos. Com mais de 70 milhões de discos vendidos, o sexteto britânico nunca se rendeu a pressões comerciais em seus 35 anos de carreira – o que só alimentou a paixão do exército de fãs que acompanha a banda fielmente ao longo de gerações.

Ou seja, a falta de liberdade criativa nunca foi um problema para Bruce Dickinson (vocal), Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra), Steve Harris (baixo e teclado) e Nicko McBrain (bateria), que a aproveitaram muito bem em seu 15.º álbum, The Final Frontier, lançado há pouco menos de um mês. A começar pela duração do disco – 77 minutos –, o recorde da banda até o momento (das dez faixas, pelo menos cinco ultrapassam os oito minutos).

E o que se ouve, é bem diferente do que pode ser conferido durante a turnê Somewhere Back in Time, que resgatava os hits da chamada Era do Ouro do Iron Maiden, que inclui os discos lançados nos anos 1980. Em The Final Frontier, a rapidez das canções já não é regra e há mais espaço para experimentações, como longas introduções e quebras de ritmo inesperadas.

Assim é "Satellite 15...The Final Frontier", faixa que abre o disco. Com uma introdução que lembra os tempos áureos do Sepultura, a canção só explode aos quatro minutos, para narrar a história de uma nave perdida no espaço, sem contato com qualquer sinal de civilização, rumo a um único destino certo: a morte. E a música não chega a "explodir", de fato. Quando entram todos os instrumentos, a faixa que dá título ao álbum tem andamento lento, quase hard rock, bem acessível aos que nunca se dedicaram ao Iron Maiden por acharem a sonoridade pesada demais.

Lançada antes do álbum, em formato de single, "El Dorado" é comandada pelo característico baixo galopante de Steve Harris, mas pouco acrescenta à unidade do disco como um todo. Na sequência, a arrastada "Mother of Mercy", remete às composições da carreira-solo de Dickinson, enquanto que a balada "Coming Home", é provavelmente a melhor gravada pela banda desde "Wasting Love" (do disco Fear of the Dark, de 1992).

"The Alchemist", a única com menos de cinco minutos de duração, é também a mais acelerada do álbum, com um riff de guitarra que lembra o de "The Number of the Beast". Já "Isle of Avalon" é tudo o que se espera de uma canção épica do Iron Maiden, mesmo que não chegue aos pés de clássicos como "Hallowed Be Thy Name" e "Rhyme of the Ancient Mariner". Fechando o disco, "When the Wind Blows" recria o enredo da graphic novel homônima do artista inglês Raymond Briggs, lançada em 1982, que narra um ataque nuclear soviético à Grã-Bretanha. GGG1/2

Serviço: The Final Frontier, Iron Maiden. EMI. Preço médio: R$ 29,90.

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