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carnaval paulista

Apuração de notas acaba em tumulto

Dois foram presos e alegaram que havia um acordo para que não houvesse escola campeã no carnaval de São Paulo

Integrantes de escolas de samba invadem local de apuração, atacam jurados e jogam para o alto os papéis com as notas | Robson Ventura / Folha Press
Integrantes de escolas de samba invadem local de apuração, atacam jurados e jogam para o alto os papéis com as notas (Foto: Robson Ventura / Folha Press)
Carro alegórico usado no desfile foi queimado |

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Carro alegórico usado no desfile foi queimado

O sambódromo paulistano se transformou em uma praça de guerra na tarde de terça-feira durante a apuração do resultado do carnaval 2012, com agressões, tumulto e até carro alegórico queimado. Quando faltavam só duas notas do quesito comissão de frente para que a campeã fosse conhecida – quem liderava era a Mo­­cidade Alegre –, um integrante da Império da Casa Verde invadiu a área restrita, agrediu o locutor com um chute, tomou os papéis com o resultado e fugiu.

Integrantes de outras escolas, entre elas Gaviões da Fiel, Vai-Vai e Camisa Verde e Branco também pularam as grades de proteção e passaram a jogar para o alto os papéis com as notas do carnaval.

A confusão se alastrou com a saída dos torcedores que estavam no Anhembi, na zona norte paulistana. Membros da Gaviões fecharam uma das três pistas da marginal Tietê e começaram a seguir em direção à quadra da escola, no Bom Retiro. Logo após passarem ao lado da área de dispersão, onde os carros que desfilaram na sexta e no sábado estão guardados, teve início um incêndio. Um carro da escola Pérola Negra queimou por inteiro. O fogo só não se espalhou porque funcionários do sambódromo e o Corpo de Bombeiros foram rápidos.

A apuração já havia começado com clima tenso. Repre­­sentantes das escolas foram convocados para uma reunião em que foi informada uma troca de jurados.

Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba, jurados dos quesitos samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira foram trocados por suplentes na quinta, o que é previsto no regulamento.

O presidente da Vai-Vai, Darly Silva, reclamou. "Estão beneficiando essa daí [Mocidade], que só tira 10", disse.

Os dois presos foram Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império da Casa Verde, que deflagrou a confusão, e Cauê Santos Ferreira, 20 anos, da Gaviões. Os dois serão indiciados sob suspeita de dano ao patrimônio público e supressão de documentos. Faria teria roubado, rasgado e jogado os papéis com as notas para o alto. Em seus depoimentos, os dois disseram que havia um acordo para que não houvesse campeã neste ano. A confusão, afirmaram, foi planejada. Ambos permanecem presos. Outras três pessoas acabaram detidas, mas os nomes não foram divulgados.

Na quadra da Mocidade Ale­­gre, que neste ano homenageou o escritor Jorge Amado em seu desfile, uma multidão gritava: "É campeã!"

Confusão

Policiais militares que estavam no local tentaram proteger os locutores e jurados, mas a confusão já estava generalizada. In­­tegrantes da Gaviões da Fiel, entre outras escolas, também in­­vadiram a área. A apuração já havia começado com 20 minutos de atraso.

Em virtude do tumulto, não foi divulgado o vencedor do carnaval de São Paulo deste ano. Mas, segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, será feito um levantamento das notas e o prêmio irá para aquela escola que estava em primeiro lugar até o momento em que a apuração foi interrompida.

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