Fazer cinema pra quê? Arnaldo Jabor, depois de nove filmes, afirma não sentir mais necessidade de voltar à ativa. Se quer dizer alguma coisa, vai à tevê, ao rádio, aos jornais e manda ver. "Falo toda semana para 70 milhões de pessoas", dispara. Isso, segundo ele, satisfaz muito mais do que fazer "um filminho de vez em quando", com dois ou três milhões de espectadores na mais otimista das hipóteses.
Mas isso não quer dizer que ele tenha desistido de ser artista. Admite que tem vontade, de vez em quando, de voltar a filmar. O problema é que, para isso, teria de parar com todo o resto. E isso ele não quer. Enquanto isso, ele se prepara para escrever seu primeiro romance. Ainda não dá muitos detalhes sobre o que será, mas anuncia que pretende escrever muita ficção a partir de agora.
Também não perdeu o interesse por cinema. Acompanha tudo que está sendo feito. Garante que o povo brasileiro tem uma "tendência natural" para fazer filmes, assim como para jogar futebol. Da nova geração de cineastas brasileiros, destaca Fernando Meirelles (de Cidade de Deus) José Padilha (de Ônibus 174) e obviamente sua filha, Carolina Jabor, que está co-dirigindo uma série para o canal pago HBO, baseada na obra de Rubem Fonseca.
Mas seu grande prazer no momento é continuar falando para quem quiser ouvir suas opiniões sobre o governo federal. Chama ministros de malucos, deputados de medíocres e afirma que o presidente Lula deixou outros governarem o país por ele. "Pra não se aporrinhar", diz. Entre um comentário na tevê e uma palestra para donos de transportadoras, ainda consegue dar opiniões sobre o assunto em entrevistas para jornais. Como a que você pode ler a seguir.



