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“Sunflower Seeds”, ou sementes de girassol, no Turbine Hall do museu Tate Modern, em 2010. | Loz Pycock/Wikimedia Commons
“Sunflower Seeds”, ou sementes de girassol, no Turbine Hall do museu Tate Modern, em 2010.| Foto: Loz Pycock/Wikimedia Commons

A relação do artista e ativista chinês Ai Weiwei com o governo de seu país pode ter mudado, mas ele ainda se sente sob vigilância constante. Em julho, reconquistou o direito de ir e vir, ao receber o passaporte que havia sido confiscado por autoridades quatro anos antes.

Está em cartaz na Royal Academy of Arts (RAA) de Londres uma exposição com obras dele que, de certa forma, mostram essa forte relação entre reclusão e liberdade. É o caso de “Cao” (2015), instalação de mármore que reproduz a cena de um carrinho de bebê abandonado em um gramado – exatamente como no parque em que se viu seguido por espiões em Pequim há alguns anos. Ou de “Gold age” (2014), papel de parede com câmeras de monitoramento e algemas pintadas em ouro.

Exposição levou 12 meses para ser montada

Mesmo sem poder sair da China até julho, Ai Weiwei foi um dos curadores da exibição montada em 12 meses no Royal Academy of Arts (RAA) de Londres

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É a primeira grande retrospectiva dele na capital britânica, onde não punha os pés desde 2010. E a segunda exposição da qual pode participar pessoalmente desde que foi preso por 81 dias na China em 2011 – sob acusação de evasão fiscal, apesar da forte repercussão internacional pela dureza do governo local com os críticos ao regime –, embora mais de cem tenham sido realizadas desde então.

São 48 obras selecionadas entre os trabalhos realizados por ele desde 1993, quando voltou para a seu país natal após uma temporada de uma década em Nova York.

Obras

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A monumental “Tree” – série em que trabalha desde 2009 –, é uma floresta de oito árvores secas, com sete metros cada, trazidas da China, instalada no imenso pátio de entrada da Burlington House, o prédio do século 17 que abriga a RAA em Piccadilly. Última obra a desembarcar em Londres, ela é a maior versão da instalação já montada pelo artista.

O que garantiu a sua participação no evento foi um projeto inovador de crowdfunding organizado pela instituição, que levantou em apenas cinco semanas 140 mil doações no valor de 123,5 mil libras (pouco mais de R$ 725 mil). Ontem, cumpriu a nobre função de abrigar um punhado de estudantes se protegiam da chuva enquanto almoçavam sentados debaixo das árvores.

Nesta terça, Ai acabou não participando da inauguração da exposição para a imprensa, embora houvesse boatos de que poderia fazer uma surpresa. Midiático como sempre, ele foi bem mais cedo e posou para fotos com visitantes. O curador Tim Marlow anunciou que o artista preferiu que as obras “falassem por si”.

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