
Seja dentro de galerias e museus, em muros no formato lambe-lambe, projetadas em paredes ou impressas em livros, ultimamente, só parece se falar em fotografia em Curitiba. O mercado de arte vem valorizando cada vez mais a técnica, e os profissionais têm se organizado para mostrar e debater seus trabalhos.
Nos últimos anos, uma série de eventos que começaram timidamente tomaram corpo e extrapolaram o público-alvo. Passaram a falar não somente para fotógrafos, mas também para interessados e apreciadores.
É o caso da Roda de Fotógrafos, encontro mensal em que dois profissionais debatem sua obra, que começou com seis pessoas em uma sala de coworking, em 2012, e hoje acontece no auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON) – a roda já chegou a receber mais de 300 pessoas em uma única noite. O idealizador do projeto, Daniel Caron, conta que sentia necessidade de um espaço para discussão pública do tema.
“Fiz um curso em 2008 com o Walter Firmo e tínhamos dois encontros por semana. Fiquei viciado naquilo, de ficar numa sala e poder mergulhar no trabalho do outro”, diz. A intenção é, justamente, analisar as obras e apontar eventuais lacunas e melhorias.
O também fotógrafo Lucas Pontes participou logo nos primeiros encontros, e passou a ajudar na organização.
O projeto hoje é levado para festivais (como o de Tiradentes), e teve um livro lançado no fim do ano passado. O público, que era 99% de fotógrafos, ficou mais plural. “É um espaço para celebrar a fotografia”, fala Caron.
Internacional
Colocar trabalhos na rua para criar um lugar de encantamento onde antes era um muro vazio foi o que moveu o fotógrafo Pedro Vieira a fazer a Galeria Sem Licença, uma galeria de rua que amplia imagens fotográficas em grande dimensão que são coladas em muros, em forma de lambe-lambe. A ocupação, que começou timidamente em 2011, já expôs obras de nomes como David Alan Harvey, Vilma Slomp e Valdemir Cunha, e foi levado para muros de Quito e Lisboa.
“A proposta principal é não pedir licença para a arte para debater publicamente assuntos do cotidiano das pessoas , e com isso atingir o público que passa pelas ruas e acompanha o movimento da cidade”, frisa Vieira ,que, junto com a também fotógrafa e gestora cultural Milena Costa fundou a Ponto de Fuga, que funcionava nos fundos de um bar. A galeria (que, por enquanto, está com as atividades paralisadas, pois ambos estão estudando no exterior), realizou mais de 30 exposições em dois anos, e tinha como característica funcionar à noite. “Isso atraiu muito as pessoas que não encontravam tempo em suas agendas para frequentar galerias mais tradicionais”, conta Milena.



