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Multiartes

Artistas cara a cara no Cafofo

Coletivo Couve-flor realiza mais duas noites de entrevistas entre criadores de áreas diferentes

O artista visual Rettamozo (esquerda), o poeta e dramaturgo Leprevost e o escritor e diretor de arte Vianna: conversas que vão do banal às raízes da criação artística | Alessandra Haro/ Marco Novack/ Divulgação
O artista visual Rettamozo (esquerda), o poeta e dramaturgo Leprevost e o escritor e diretor de arte Vianna: conversas que vão do banal às raízes da criação artística (Foto: Alessandra Haro/ Marco Novack/ Divulgação)

O projeto do grupo Couve-flor Tête-à-tête, que coloca artistas para se entrevistar em cadeia, parece estar alcançando o resultado almejado – com a segunda edição, que será realizada entre hoje e amanhã, terá contemplado diversas áreas das artes.

Funciona assim: um primeiro artista é convidado para entrevistar outro. Começou em fevereiro, quando a coreógrafa Gladis Tridapali deu o pontapé inicial e enviou perguntas ao artista visual Luis Rettamozo (ela havia sofrido um acidente de bicicleta e não pôde comparecer ao Cafofo, sede do coletivo Couve-flor).

A cadeia de entrevistas continua hoje, com o retorno de Rettamozo, que escolheu conversar com o poeta e dramaturgo Luiz Felipe Leprevost – integrante do Núcleo de Dramaturgia do Sesi, ele estreou dois textos no Festival de Curitiba deste mês.

"Pretendo primeiro conversar com o público para saber o que querem saber dele. Depois, vou relacionar com objetos amarelos que pedi para cada um levar", avisa Rettamozo. O estilo improvisado, segundo ele, funciona como no jazz, quando o músico tem na manga algumas "reservas técnicas".

"O tema é livre, aberto a perguntas bobas e complexas", explica o ator Neto Machado, um dos "couves", como são chamados os integrantes do grupo idealizador do Tête-à-tête.

Amanhã é a vez de Leprevost entrevistar alguém de sua escolha – no caso, o escritor e diretor de arte Fabiano Vianna. Este último irá escolher outra pessoa, de outra área, com quem irá conversar em maio.

Para o público, além das confidências e curiosidades que as entrevistas entre artistas permitem descobrir, há a surpresa do formato. Criativos por natureza, os convidados inovam nisso também.

Na primeira edição, uma linha foi traçada no chão, e, a cada pergunta, o público se posicionava sobre ela – se acreditasse que a resposta de Rettamozo seria sim – ou espalhado pela sala – se fosse não.

Para hoje, o entrevistador Rettamozo promete até fogueira, se não chover. Amanhã, Leprevost avisa que fará a mais "quadradinha" das conversas. "Como ele é escritor, quer respostas pela palavra", conta Neto.

Maduro e fresquinho

Na quinta-feira, outra programação no Cafofo Couve-Flor é a segunda edição das Ocupações Performáticas. Aqui a ideia também é unir artistas de áreas diferentes, mas com algo em comum. O curador é Gustavo Bitencourt, que escolheu a coreógrafa e bailarina Cíntia Nápoli e o grupo de teatro Heliogábalus para expor um pouco de seus novos trabalhos e debater. "O interesse é juntar pessoas que normalmente não estariam juntas", explica Neto.

Heliogábalus é um grupo de teatro jovem mas também interessado em diversas outras áreas, como a performance e o uso do corpo como linguagem. Cíntia Nápoli é uma artista madura, que comanda há muito tempo a escola desCompanhia de dança.

A ideia é colocar a coreógrafa para conversar com os integrantes do Heliogábalus (composto por Clarissa Oliveira, Ricardo Nolasco, Leonarda Glück, Mariana Zimmermann, Sabrina Lopes, Guilherme Marks, Akio Garmatter e Semy Monastier). O tema proposto para a conversa é a estética, estar na contramão e os diversos processos criativos.

Interatividade

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