
O olhar e o modo de representar a cidade dos curitibanos é único. Entre os dias 21 e 24 de abril, porém, todos terão a chance de interagir com artistas e entusiastas que se reunirão em Curitiba para a primeira edição do Encontro Urban Sketchers Brasil, um movimento dedicado ao desenho de observação.
A ideia surgiu por iniciativa do jornalista espanhol Gabriel Campanario, que resolveu retratar o cotidiano da cidade de Seattle (EUA), onde reside, e publicar o resultado no que começou como um blog e hoje é o site www.urbansketchers.org
Escolhida em acirrada votação na internet, a capital paranaense se destacou frente a Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Na agenda estão previstas visitas tanto a locais icônicos da cidade (Jardim Botânico, Museu Oscar Niemeyer) quanto a outros ainda não amplamente descobertos, como as casas de lambrequim, elemento arquitetônico de influência polonesa, entre outros.
O evento de abertura do Encontro acontece no Memorial de Curitiba, nesta quinta (21), às 19h. A ocasião também marca o lançamento da publicação “Sketchers do Brasil”, que reúne o trabalho de 51 desenhistas e ilustradores que, através de sua arte, retrataram cenas do cotidiano “in loco”. Participam sketchers do Rio Grande do Sul, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Ceará, Maranhão e Espírito Santo.
Conheça alguns dos sketchers que vão participar do encontro:
Antônio Dias
Designer, 34 anos, é um dos fundadores do Urban Sketchers Curitiba. Seu estilo é marcado pela influência impressionista, além de Guido Viaro e Alfredo Andersen. Também aprecia o trabalho de sketchers contemporâneos como o espanhol Miguel Linares Rios, o português Pedro Alves, entre outros. Procura documentar, através da sua arte, a atmosfera de lugares tradicionais que resistem à especulação imobiliária.
Thiago Salcedo
O arquiteto de 35 anos tem uma afinidade natural com linhas e formas. Para o desenho de observação, se inspira nos trabalhos de Alvaro Castagnet, William Turner, Edward Hooper e Gonzalo Carcamo. Quando questionado sobre o que na cidade lhe traz inspiração, Salcedo aponta que “A urbe é um prato cheio de volumes, cores, luz e sombras”.
Simon Taylor
Apesar do nome, Taylor, 42 anos, é curitibano. Ilustrador e designer gráfico, também se encantou pelas casas de lambrequins de arquitetura polonesa. Participou da fundação do grupo curitibano de sketchers e se orgulha de mantê-lo como um dos mais ativos do país. Suas referências artísticas vão desde os quadrinistas Henfil, Frank Miller e Will Eisner, passando pelo ilustrador Poty Lazarotto, até os colegas de grupo Fabiano Vianna e Raro de Oliveira.
Fabiano Vianna
Em suas caminhadas pela “Curitiba labiríntica”, exercita o olhar para se deixar sensibilizar por elementos da cidade que vão desde a sombra das andorinhas sobre o petit pavê da Rua XV, a rotina dos pipoqueiros e tudo o mais que puder inspirar memórias, causos e desenhos. Arquiteto, designer, ilustrador, professor de desenho, tem como mestres Poty Lazzarotto, Apisit Sitsuntiea, Miguel Linares Ríos, Miguelanxo Prado, Carla Caffé, entre outros.
Raro de Oliveira
O designer, de 48 anos, ao olhar para a cidade, percebem em todo canto “desenho sozinho querendo ser adotado pela nossa sensibilidade”. Inspirado por Carybé, Poty, Portinari e Livio Abramo, integra, como participante e organizador, o Urban Sketchers há dois anos e meio, sempre com a preocupação de “adotar, proteger e trazer ao mundo” o melhor traço através de sua arte.
Fernando Popp
Também arquiteto, 57 anos, participa do movimento desde 2013. Segundo ele, a cidade lhe inspira “através da observação da vida urbana e dos referenciais edificados e paisagísticos.













