Uma olhada na lista dos finalistas ao 51.º Prêmio Jabuti, o mais tradicional do país, e não dá para ignorar a repetição do nome "Schwarcz" entre parênteses depois dos títulos de vários livros. Entre os dez da categoria romance, cinco foram publicados pela Companhia das Letras, de Luiz Schwarcz.
O quinteto. Carola Saavedra, com seu segundo romance, Flores Azuis, confirma o talento anunciado em Toda Terça. Outro autor relativamente jovem, Daniel Galera, coloca Cordilheira entre os melhores do ano obra que inaugurou a série Amores Expressos. Milton Hatoum, vencedor do Jabuti com Cinzas do Norte, reaparece com os seus Órfãos do Eldorado. Manual da Paixão Solitária, de Moacyr Scliar, e o experimental O Livro dos Nomes, de Maria Esther Maciel, completam o grupo de romancistas editados pela Companhia das Letras.
Os cinco concorrem com Galileia, pelo qual o escritor Ronaldo Correia de Brito acabou de vencer o Prêmio São Paulo de Literatura, que paga a maior recompensa no Brasil R$ 200 mil, contra os R$ 30 mil que o Jabuti destina ao livro de ficção do ano (outros R$ 30 mil são dados para um de não-ficção). Por já ter vencido um dos prêmios importantes das letras nacionais, Brito desponta como o favorito ao Jabuti pelo menos na categoria romance.
No ano passado, Cristovão Tezza viu O Filho Eterno ser reconhecido como o melhor romance do ano (que paga R$ 3 mil), mas acabou perdendo o prêmio maior para O Menino Que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, que foi o segundo melhor na sua categoria, a infantil.
Aliás, a disputa entre os livros infanto-juvenis separados em duas modalidades pela Câmara do Livro, que atribui o Jabuti melhorou nos últimos anos, em parte pelo investimento de editoras grandes nos gêneros.
A Cosac Naify vem arrebatando prêmios pelos livros infanto-juvenis que edita. O catálogo da editora paulista voltado a esse público não para de crescer e, a cada mês, nomes importantes em todo o mundo ganham tradução no Brasil. Exemplos são Peter Newell (O Livro do Foguete) e o recém-lançado Jean-Jacques Sempé (Marcelino Pedregulho).
Neste ano, são quatro os títulos da Cosac Naify entre os dez finalistas da categoria juvenil: O Fazedor de Velhos, de Rodrigo Lacerda, Cidade dos Deitados, de Heloisa Prieto, Montanha-russa, de Fernando Bonassi, e Surfando na Marquise, de Paulo Bloise. Os três últimos fazem parte da coleção Ópera Urbana, criada para dar ideias ao público sobre como se relacionar com o lugar em que vive no caso, na cidade grande.
A lista dos autores que disputam o prêmio de Contos e Crônicas é talvez a que reúne o maior número de estrelas nacionais, conhecidas das relações de mais vendidos: Fabrício Carpinejar, Ruy Castro, Rubem Alves e Lya Luft.
Em 2008, o jornalista paranaense Laurentino Gomes levou o prêmio de melhor livro de não-ficção por 1808 (vencedor de Reportagem). Agora, ele concorre entre os juvenis com uma versão da mesma obra.
Um dos concorrentes mais fortes do gênero não-ficção deste ano é uma biografia: O Sol do Brasil, de Lilia Moritz Schwarcz, sobre o pintor francês Nicolas-Antoine Taunay.
Entre os livros de reportagem, o repórter especial da Gazeta do Povo Mauri König (Narrativas de um Correspondente de Rua) concorre com Eliane Brum, Zuenir Ventura, Vanessa Bárbara, Paula Fontenelle e outros.



