
Após três anos de espera, os brasileiros fãs de heavy metal terão uma nova chance de ver em ação um dos guitarristas mais influentes das últimas duas décadas: Zakk Wylde, que volta ao país em turnê com sua banda, Black Label Society, e se apresenta na capital paranaense no próximo dia 12, no Curitiba Master Hall. A Berzerkus Tour 2011, que passa ainda por São Paulo e Porto Alegre, além de outros países da América do Sul, divulga o oitavo disco de estúdio da banda, Order of the Black, lançado no ano passado.
Entretanto, não é este o mais recente trabalho do quarteto formado ainda pelo guitarrista Nick Catanese, o baixista John DeServio e o baterista Mike Froedge. The Song Remains Not the Same foi lançado em maio deste ano e trata-se de um disco atípico: composto em parte por versões "acústicas" de algumas canções de Order of The Black, e em parte por covers, no piano, de clássicos como "Bridge over Troubled Water" (Simon & Garfunkel), "Cant Find My Way Home" (da banda de Eric Clapton, Blind Faith), e "Helpless" (Neil Young), entre outras.
Tocar músicas mais leves e melódicas não é exatamente uma novidade para o Black Label Society. Em 2004, a banda lançou o disco Hangover Music Vol. VI, com canções no mesmo estilo. Em uma conversa por telefone, Zakk Wylde confirma que pensou na sonoridade do disco de 2004 para fazer The Song Remains Not the Same. "A gente sempre gostou de músicas mais leves. Sabe quando você está no fim da noite, e quer ouvir algo para relaxar? É essa a ideia. Reuni algumas músicas que sempre gostei de ouvir, e que toco no piano quando estou em casa e não estou fazendo uma jam", conta o frontman do Black Label Society, que também domina o instrumento clássico e frequentemente executa algumas dessas versões em apresentações ao vivo, e, por isso, diz que esse é um material que pode entrar nos shows brasileiros.
Peculiar
As músicas escolhidas pelo guitarrista exemplificam uma peculiaridade de seu estilo musical: a aproximação entre o heavy metal e outros ritmos, principalmente o rock e o country do meio-oeste dos Estados Unidos. "Eu pego tudo e coloco num liquidificador. Sempre gostei de Allman Brothers, Lynyrd Skynyrd, Eagles, essas coisas. É natural que seja assim para mim", diz.
Wylde conta que as versões de Order of the Black, à exceção de "Overlord", não seguem a melodia das músicas originais, apenas se utilizam dos títulos e das letras. "É por isso que o álbum se chama The Song Remains Not the Same [na tradução, algo como "a música não permanece a mesma"], além, é claro, de ser uma homenagem ao Zeppelin. Eles tinham liberdade completa para fazer algo mais meloso e misturar com músicas mais pesadas. Essa é a beleza da coisa", diz, referindo-se ao fato de o título fazer menção ao álbum ao vivo e à música da banda Led Zeppelin uma das maiores inspirações para o músico The Song Remains The Same (1973).
A primeira e última vez que o Black Label Society esteve no Brasil foi em 2008, quando abriu shows para o ex-líder do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, com quem Wylde tocou por duas décadas. Ele diz estar empolgado para voltar aos palcos brasileiros. Contou também que tem boas lembranças da última passagem pelo Brasil e elogiou os fãs. "Nós tínhamos um dia de folga entre um show e outro, então saímos bastante e conhecemos melhor as pessoas e o país. É um lugar incrível", afirma.
Serviço:
Black Label Society. Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143), (41) 3248-1001. Dia 12, às 19 horas. Ingressos a R$ 104 (meia-entrada, válida para estudantes, pessoas com mais de 60 anos, professores, deficientes físicos e doadores de sangue) à venda nos quiosques do Disk Ingressos (shoppings Mueller, Estação e Total) e pelo telefone (41) 3315-0808. Classificação indicativa: 16 anos.



