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Música

Audac confirma seu DNA autêntico

Talhado por Gordon Raphael, ex-produtor dos Strokes, primeiro disco da banda curitibana será lançado hoje à noite, com show no James Bar

Debbie, Pablo, Alessandro e Alyssa: identidade própria, com classe e sobriedade | Alexandre Cardinal/ Divulgação
Debbie, Pablo, Alessandro e Alyssa: identidade própria, com classe e sobriedade (Foto: Alexandre Cardinal/ Divulgação)
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Poucos ouvintes da Audac acreditariam que a trilha sonora que embalou a entrevista concedida pela banda em seu "QG", em um apartamento no Centro de Curitiba, foi Cake, banda norte-americana engraçadinha, expoente do western rock. Isso porque o quarteto curitibano, que lança hoje o primeiro disco, encontrou seu caminho talhando o synthpop, flertando com o shoegaze e brincando de lo-fi (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

Desde 2009, quando surgiu, a Audac tem uma identidade inimitável. Além da confluência de estilos, já perceptível no EP Bunker (2011), as apresentações ao vivo são classudas e maduras, tanto faz se em São Paulo, abrindo para o Tame Impala, ou na calçada da Trajano Reis. Tendo tudo isso à sua disposição, o produtor norte-americano Gordon Raphael – responsável pelos discos Is This It (2001) e Room on Fire (2003), dos Strokes – não teve lá muito trabalho no estúdio Ouié/Tohosound, em Florianópolis. Era só dar um pouco mais de corda no que já caminhava sozinho.

"Ele fez com que nós nos ouvíssemos mais", diz Alyssa Aquino (vocal/sintetizadores). "Gordon botou fé na dinâmica do grupo e sugeriu que gravássemos o álbum ao vivo", conta Pablo Busetti (bateria). A banda, que também tem Debbie Salomão (vocal/baixo) e Alessandro Oliveira (guitarra), ex-Copacabana Club, gravou seu disco com a colaboração financeira de fãs e amigos que bancaram um projeto de R$ 16.950 no site colaborativo Catarse.

O disco

Um prelúdio noventista – pense na trilha de abertura de Twin Peaks, de Angelo Badalamenti – abre o disco. Das oito faixas do mini-álbum, duas ("Brian May Coin" e "The Bow River") são totalmente inéditas. As ótimas "Distress", escolhida para participar da PopLoad Sessions, projeto do jornalista Lúcio Ribeiro, e "Back to the Future", que ganhou clipe com a trupe do Rasputines Estúdio, já eram conhecidas.

O disco mantém o DNA Audac, mas oferece novas possibilidades. Por exemplo, as cores pop de "Dark Side" e os vocais ousados (e doces) de Debbie em "Brian May Coin", música mais orgânica, que deixa a programação eletrônica em segundo plano.

"The Bow River", faixa que poderia ser tanto do The xx quanto do Metronomy, surgiu dentro do estúdio. "Fomos cuspindo e foi saindo", resume Busetti. "O fato de o pessoal perceber vários estilos em uma música é porque todos têm muitas influências diferentes."

Panelão

Outra prova da originalidade da Audac é sua "independência" da dita panelinha de bandas e artistas que se formou em Curitiba recentemente. "Nós não fomos excluídos, mas começamos a fazer parte da ‘cena’ bem mais tarde", diz Alyssa. Para Pablo, a possível panelinha poder virar um caldeirão. "Se existe essa panela, ela irá adotar uma banda ‘saudável’ que está crescendo e acontecendo, como a gente. Existe uma simpatia mútua porque sabemos da dificuldade de fazer uma carreira. Aí, tudo vai virando um grande panelão."

A Audac mostra ao vivo as músicas de seu disco com show no James Bar, hoje à noite. E convida tanto a "panelinha" quanto quem está fora dela.

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