
O músico e escritor carioca Jorge Mautner se apresenta neste domingo, no Teatro Sesi/Cietep, às 19 horas. Ao lado do parceiro Nelson Jacobina, com quem escreveu o maior sucesso de sua carreira "Maracatu Atômico" e a maioria das canções de seu último disco, Revirão (2007), Mautner apresenta, em arranjos com guitarra, violão e violino, músicas como "Vampiro" e "Olhar Bestial", algumas de suas primeiras composições, da década de 50, e "Todo Errado", do disco Eu Não Peço Desculpa (2002), que lançou em parceria com Caetano Veloso.
Entre uma música e outra, Mautner, que completou 70 anos no início do ano e tem uma das mentes mais brilhantes (e, por vezes, herméticas) da música brasileira, promete comentários, histórias e humor. "Vai ser divertido. Eu e o Nelson temos feito esse show em vários lugares", disse o músico, por telefone, à Gazeta do Povo. O principal assunto das conversas com o público, de acordo com Mautner, é a "amálgama", a teoria por meio da qual descreve o Brasil. "O José Bonifácio de Andrade definiu o país como uma amálgama, que vai além da mistura e da miscigenação. Isso forma uma nova personalidade, uma capacidade de interpretar tudo num segundo e absorver pensamentos contrários", explica. "É a palavra de ordem para a paz mundial."
As ideias do músico enaltecem a importância do Brasil para o mundo discurso que, além dos comentários feitos por Mautner durante o show, está em músicas como "Outros Viram", parceria com Gilberto Gil gravada em Revirão. A canção usa citações proféticas de personalidades como os poetas Whalt Withman, Vladimir Maiakovski e Rabindranath Tagore, para ressaltar a ideia. "Eu cito o Brasil como país do futuro", diz. "Ou o mundo se brasilifica, ou se tornará nazista", diz o músico, que foi um dos defensores do tropicalismo nas décadas de 60 e 70.
Mautner deve lançar, até o ano que vem, CDs e DVDs de dois projetos diferentes. Em Maracatu Atômico Kaosnavial, o músico gravou em parceria com o Maracatu Estrela de Ouro, de Pernambuco. No segundo, o lançamento deve coincidir com a trilha sonora do filme de Pedro Bial baseado na autobiografia do músico, O Filho do Holocausto, que gravou com músicos como Kassin produtor dos últimos dois discos de Mautner.



