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Capa do livro “Anônima Identidade” (2013) | Priscilla Polastrini/
Capa do livro “Anônima Identidade” (2013)| Foto: Priscilla Polastrini/

Advogado e professor de direito, Temer se defende nas páginas que antecedem os poemas. Diz que os fez para si mesmo. “Era um sonho meu que não se realizava para que terceiros soubessem deles”, afirma. Amigos, no entanto, o incentivaram a publicá-los – entre eles o jurista Carlos Ayres Britto, que assina o prefácio, avalizando o trabalho junto com o poeta Carlos Nejar e o jornalista Gaudêncio Torquato.

Britto se refere a Temer como um “refinado artífice das palavras”. Já Torquato promete ao leitor “uma viagem profunda a seu interior” conduzida pelo poeta. Não é para tanto, explica o professor de Literatura Brasileira da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Benedito Antunes.

O especialista fez uma breve análise de “Anônima Intimidade” a pedido da Gazeta do Povo. E não encontrou o tal refinamento em versos como (“Eu não sabia/ Eu juro que não sabia!”) e jogos de palavras manjados (como “Garça?/Graça”).

“Na maioria das vezes [a poesia de Temer] tem andamento de prosa confessional, como se lê em ‘Exposição’: ‘Escrever é expor-se./ Revelar sua capacidade / Ou incapacidade. / E sua intimidade. / Nas linhas e entrelinhas’”, ilustra o professor.

Antunes avalia que, como poeta, Temer não consegue ir muito além de algumas obviedades. Mas que seus poemas não são propriamente ruins. “São desnecessários”, diz o professor.

“Talvez seja isso mesmo, um livro de poemas confessionais, sem densidade poética”, explica Antunes. “É difícil prever o futuro de Michel Temer. Como poeta, porém, é pouco provável que ele seja lembrado”, diz.

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