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ROCK

Banda inglesa que fez música para a Chape toca em Curitiba

Cockney Rejects, que nasceu nos 1980 em Londres, faz show punk nesta sexta-feira (28) no Jokers Pub, que fica no Centro Histórico da capital paranaense

Jeff “Stinky” Turner com o microfone: punk rock e futebol. | Divulgação/
Jeff “Stinky” Turner com o microfone: punk rock e futebol. (Foto: Divulgação/)

Quando Jeff Turner tinha 12 anos ouviu pela primeira vez os Sex Pistols tocando no radio. Era o ano de 1976. Mais de quarenta anos depois, Sinkty (“fedorento”, em inglês) como é mais conhecido, vocalista da lendária banda inglesa Cockney Rejects, se lembra do momento como uma “experiência eletrizante”.

Pioneiros do “street punk”, os Cockney Rejects fazem seu primeiro show em Curitiba nesta sexta (28), no Jokers Pub a partir das 22h. Os shows de abertura ficarão a cargo das bandas curitibanas Dedo Podre, Ovos Presley e Sem Futuro.

Aquele dia em 1976 foi fundamental para Turner, e ele conta que o próximo passo era formar uma banda – como muitas que se formaram na Londres de então.

“O punk rock é tão forte por que é totalmente único” , disse Turner em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

No entanto, ainda que o som dos Pistols falasse diretamente ao coração dos quatro meninos pobres da região leste de Londres, toda circunstância que envolveu o “movimento punk” como a moda, não eram para eles.

Veja a banda em um clipe de 1980:

“A coisa da moda era uma m... Nós somos da classe operária e aquilo era coisa dos riquinhos de Chelsea. Nós éramos totalmente diferentes daquilo”.

Assim, os Cockney Rejects rumaram para outro lado, longe das frescuras intelectualoides que cercavam a primeira geração do punk. Ao lado de bandas como Sham 69 construiu o “street punk” ou do “Oi” como o estilo ficou conhecido em razão de uma das musicas de Turner.

“Era basicamente o punk rock vindo dos subúrbios, mais agressivo e realista, das ruas, sem a comercialização”, explica.

Punk rock e futebol

Fanáticos por futebol, o “Rejects” foi a primeira banda a assumir a torcida por um clube. Era a voz das arquibancadas do pequeno e tradicional West Ham. “Os times menores são as raízes verdadeiras do futebol”, filosofa.

Torcedor da velha guarda, Turner, e todos os membros do Rejects, são totalmente contrários àquilo que se chama de “futebol moderno”: clubes empresa, arenas, jogadores superestrelas etc.

“Eu odeio o futebol moderno. É tudo apenas um grande negócio que paga salário obscenos. Matou o que o futebol representava para o homem comum”.

Coube aos Cockney Rejects fazer uma show de despedida no último jogo no histórico estádio Upton Park em 2016, após o clube vender a área e se mudar para o Estádio Olímpico de Londres.

“Foi uma emoção muito grande. Doeu muito dizer adeus a 120 anos de história. Nunca mais vai ser a mesma coisa”, lamenta Turner.

Uma canção para a Chapecoense

Um dos mais famosos torcedores do futebol inglês, Turner serviu de consultor do roteiro de filmes e série sobre as torcidas organizadas dos anos 1980, mas diz que não é um hooligan.

“Eu continuo indo aos jogos. Eu andei com torcidas organizadas quando era muito jovem, mas agora eu sou um avô de 53 anos. Brigar por futebol é algo que não me interessa há tempos”.

Escute a canção que a banda compôs para Chapecoense após a tragédia:

O que o tocou profundamente foi o acidente com o avião da Chapecoense no ano passado. Turner escreveu uma canção sobre a tragédia. “Isso tocou nossos corações. Futebol pelo mundo inteiro deveria ser uma grande família e eu espero que a canção mantenha esta terrível tragédia visível. Eles não podem ser esquecidos”.

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