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G Ideias

Barba, cabelo e bigode

A partir deste sábado, o G Ideias publica, uma vez por mês, um ensaio de um dos repórteres fotográficos da Gazeta do Povo. Inaugurando o espaço, Jonathan Campos retrata barbas, cabelos e bigodes de todas as sortes, registrados pelas ruas de Curitiba

 | Jonathan Campos
(Foto: Jonathan Campos)
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"A pouca barba, pouca vergonha", dizem os portugueses. São eles também que colocam as "barbas de molho", enquanto nós colocamos apenas "um pé atrás". Pois, para eles, a barba é uma última e intocada reserva moral.

Assim não fosse, as "barbas do profeta" não seriam tão famosas. Sábios, porém, são os homens barbados e não elas próprias, pois "o homem morre e a barba não sabe" como escreveu Jorge Luis Borges – que, por sinal, preferia escanhoar a sua.

A barbas de todas as sortes. A dos piratas é negra. No poema, ela é "hirsuta e branca". Como a de São Nicolau e a do nosso avô. Hippies, comunistas, publicitários e as mulheres do circo. Branca, rala, longa, cavanhaque, barbicha, de abelhas, de três dias... Só a bailarina que não tem.

Já o cabelo pode ser "comprido, trançado, tingido, aparado, escovado, descolorido, seboso, descabelado", como ensina Jorge Ben Jor. Mas não pense que cabelo é mato, pois quando ele cai ou cresce é só o tempo passando. Varrido do salão pelo grande barbeiro. O cabelo também não sabe que a gente morre e isso é bom.

Mais grave é o caso dos bigodes. Nos romances de época, o cavaleiro que encantava a donzela com seu "garboso bigode louro". O Amigo da Onça – canalha e almofadinha – usava um bem fininho. Os comerciantes portugueses de anedota já nascem com um espesso e gostam de cofiá-lo enquanto matutam com a caneta apoiada na orelha.

O certo é que cada barba, cada cabelo e cada bigode são singulares. Assim como também são cada uma das pessoas que tem a manha de ostentá-los por aí. Mesmo que muitas vezes a gente ache que a multidão é "azul": uma massa sem rosto, despenteada e com a barba por fazer.

É preciso sensibilidade invulgar para ver que cada um de nós – e as nossas pelagens, bem-cuidadas ou não – são únicas e contam um bom tanto da nossa história. Algo que o fotógrafo Jonathan Campos e suas lentes têm para dar e arrendar. A prova está neste ensaio em que ele faz a barbearia completa do povo que se move em Curitiba. Barba, cabelo e bigode

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