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Música

Beach Boys comemoram 50 anos com CD de inéditas

Líder Brian Wilson está de volta em "That’s Why God Mad The Radio"

Canção que abre o disco leva a questionamentos sobre erros e acertos de passado e presente | Divulgação
Canção que abre o disco leva a questionamentos sobre erros e acertos de passado e presente (Foto: Divulgação)

Difícil acreditar, mas a comemoração de 50 anos dos Beach Boys chega com um disco de inéditas e, melhor ainda, com o gênio compositor e líder Brian Wilson de volta. E, nesses 38 minutos de "That’s Why God Mad The Radio" (EMI, R$ 26,90), impossível é não viver um nostálgico retorno ao passado.

Não antes, porém, de mostrar uma versão mais sombria e triste da banda com "Think About The Days", uma faixa sem letra, apenas com harmonias vocais e piano. Escolhida para abrir o disco, a canção leva a questionamentos sobre erros e acertos de passado e presente. Profunda, mesmo que vazia de versos, é um momento de reflexão antes do retorno ao universo tão próprio dos Beach Boys.

O teletransporte para uma ensolarada praia da Califórnia vem a partir da segunda música, que dá nome ao disco. O ritmo ainda é lento, mas a guitarra em eco e as vozes em uníssono proporcionam um momento mágico, como se 50 anos tivessem passado em questão de dias. Ali não há complicações: é o sujeito a dirigir seu carro, enquanto sintoniza numa rádio para escolher a trilha sonora daquele instante - um pôr do sol cairia bem.

O auge chega na terceira faixa, com "Isn’t It Time", em que o próprio Brian Wilson (que enfrentou doenças mentais e problemas com drogas desde as gravações do disco "Smile", em 1967) faz uma ode à esperança: "Os bons tempos nunca devem acabar/E agora é hora de deixá-los acontecerem de novo/Nós podemos nos explodir/Os bons tempos não estão só no passado".

O disco é recheado de preciosidades dignas dos bons momentos da banda, nos idos de 1960, quando atingiram seu ápice criativo com "Pet Sounds" (1966), o melhor álbum da carreira e um dos melhores de todos os tempos em praticamente todas as listas. "Strange World", por exemplo, é uma otimista declaração de amor, e termina com o som do vento, como no experimentalismo dos anos dourados.

Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston estão na faixa etária entre 60 e 70 anos, mas não perderam a mão e sabem como poucos fazer canções que materializam a praia, o sol, o mar para dentro da sua mente.

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