
O Kiss é mais que uma banda de rock. O quarteto mascarado liderado pela dupla Paul Stanley e Gene Simmons é uma das maiores empresas do mercado da música.
Para além do hard rock competente que já rendeu à banda 28 discos de ouro e mais de 100 milhões de álbuns vendidos, o Kiss sempre se destacou por saber explorar a própria imagem.
A banda que toca pela primeira vez em Curitiba no dia 21 de abril, na Pedreira Paulo Leminski – com abertura dos curitibanos do Motorocker –, foi pioneira em merchandising, estrelou filmes e já virou personagens de histórias em quadrinhos da Marvel. E desde que estourou no início da década de 70, cultiva a reputação de fazer as mais espetaculares apresentações ao vivo. Rock, pirotecnia, iluminação e cenografia.
“Todo mundo sabe que o show do Kiss é sempre especial. Não há nenhuma banda como a gente, que faz no palco o que a gente faz”, disse o baterista Eric Singer, em entrevista à Gazeta do Povo.
Para Singer, o Kiss faz “teatro com música”. “É como ver um filme com trilha sonora. Nós fazemos a trilha da nossa própria performance”, diz.
Baterista de renome no cenário do metal americano, Singer está na banda pela terceira vez, completando o atual quarteto com o guitarrista Tommy Thayer, nesta que, segundo ele, é “a formação do Kiss mais duradoura da história”. São 12 anos somando todas as fases. A banda foi fundada em 1973.
A longevidade impressiona e dá a banda a peculiar condição de contar com três gerações diferentes de fãs.
A grandiloquência do Kiss pesou na escolha da banda para estrelar o primeiro grande show internacional da Pedreira, depois da reabertura no ano passado.
“Um show com uma banda desse tamanho representa uma primeira ação no sentido de que Curitiba se torne novamente uma parada obrigatória para grandes turnês. E também para reeducar o público que ficou sem opção com a Pedreira fechada e meio que ‘desaprendeu’ a assistir grandes concertos”, diz Hélio Pimentel, sócio-gerente da DC Set Promoções, que administra a Pedreira.
Nesse sentido, o Kiss e seus seguidores são uma aposta certa, uma “barbada” para engrenar a retomada dos concertos na Pedreira, que terá também shows de Ozzy Osbourne e Motörhead.
“O público de metal e hard rock é especial para os produtores. Ele compra o ingresso com antecedência, chega cedo, não causa problemas. É um tipo de fã que gosta e respeita a música”, diz Pimentel
E os fãs do Kiss são um caso à parte neste cenário. Conhecidos como Kiss Army (“Exército do KISS”), são famosos por serem os mais fiéis e engajados nas ações da banda.
“Há uma língua comum que nossos fãs falam. Para mim, a linguagem universal do mundo é o amor. Para amar alguém você não precisa falar o idioma da pessoa. O mesmo acontece com nossos fãs: todos falam a língua do Kiss”, orgulha-se Singer.
Da mesma forma que a banda é aposta certa para encher a Pedreira, a América Latina e o Brasil são o porto seguro para as grandes bandas de metal.
“Todos neste ramo sabem que não há público como o sul-americano. As pessoas não têm receio de demonstrar como amam sua banda preferida, não têm medo de mostrar o que sentem”, diz Singer.
O baterista usa a recente passagem do Kiss pelo Japão, para fazer uma comparação.
“Nós tocamos lá há duas semanas. No Japão, as pessoas são reservadas, ficam sentadas e aplaudem no final de cada música. Você fica pensando: ‘O que foi que eu fiz de errado? Era para estar todo mundo louco agora’. No fim da primeira música, falei para o Gene [Simmons]: ‘Cara, precisamos ir rápido para o Brasil!’”, brinca Singer.
Serviço
Pedreira Paulo Leminski (João Gava, s/nº – Abranches). Dia 21 de abril, às 21 horas. Ingressos custam de R$ 187 a R$ 1.210.



