
Com muitos astros e estrelas chegando à cidade, a Berlinale deu início ontem, à programação de sua 62.ª edição com Tão Forte e Tão Perto, de Stephen Daldry, que está na mostra oficial fora de competição e é um dos indicados ao Oscar deste ano.
O diretor retorna pela terceira vez ao festival onde, em 2006, foi um dos favoritos ao Urso de Ouro com As Horas, filme que acabou dividindo o prêmio de melhor atriz entre Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Strep. E, em 2009, o cineasta inglês apresentou O Leitor, baseado no livro homônimo do escritor alemão Bernhard Schlink, uma história de amor passada durante a época da Segunda Guerra Mundial.
O novo filme de Daldry também baseado em uma obra literária, desta vez no livro homônimo de Jonathan Safran Foer segue Oskar Shell, um menino de 9 anos, que é inventor, desenhista, astrofísico, tocador de tamborim e pacifista.
O garoto procura em Nova York uma fechadura em que se encaixe uma chave deixada por seu pai, morto nos atentados de 11 de setembro. Na chave está escrito o nome "Black" e Oskar está convencido de que isso poderá trazer descobertas significantes sobre ele.
Com um elenco que inclui Tom Hanks, Sandra Bullock e Max von Sydow, o estreante Thomas Horn, de 13 anos, que vive Oskar, rouba a cena com um ótimo desempenho, transmitindo todo o desafio e a emoção da trajetória do personagem em cada cena.
Na entrevista coletiva após a projeção, Daldry falou à Gazeta do Povo sobre o filme e sua satisfação por voltar a Berlim. Leia a seguir os principais trechos da conversa:
Qual receptividade espera para o filme aqui em Berlim?
Além de ser a cidade que eu mais adoro no mundo, Berlim é definitivamente meu festival favorito. Ele gera uma forte energia e estou ansioso para ver como o filme vai impactar a audiência aqui. Eu fico sempre muito impressionado com a reação dos alemães.
Como o livro de Safran Foer chegou a você?
O livro me foi encaminhado pelo correio por Eric [o roteirista Eric Roth] juntamente com o roteiro que ele escreveu. Eu já o conhecia socialmente, mas há alguns anos que a gente queria fazer um trabalho juntos.
O que influiu na escolha dos atores e como foi o trabalho com eles?
Foi extremamente agradável. Hanks e Sandra [Bullock] eram minhas primeiras escolhas e felizmente eu consegui. Quanto a Max von Sydow, nós tivemos uma discussão se colocaríamos um europeu ou um americano no papel do personagem mais idoso. Quando decidimos que seria um europeu, o nome dele estava no topo da nossa lista.
E quanto a Thomas Horn? É uma nova descoberta como foi Jamie Bell [ator de Billy Elliot, filme de estreia de Daldry]?
Embora não houvesse uma forte recomendação para que fosse um nome desconhecido, isso seria bom, já que eles ainda não adquiriram certos hábitos. Mas, quando vamos trabalhar com crianças ou atores muito jovens, temos que considerar uma série de fatores e tomar alguns cuidados. No caso deste filme, fizemos muitos ensaios para tudo sair bem, como felizmente saiu.




