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Cinema

Bianchi dispara contra a esquerda que chegou ao poder

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(Foto: Divulgação)

O cinema de Sergio Bianchi (de Cronicamente Inviável) evita a sutileza e investe, de punhos cerrados, na provocação, por vezes a qualquer custo. Coloca o dedo nas feridas sociais e políticas do ­país, desempenhando um papel sempre incômodo, porém necessário, ainda que suas causas e argumentações por vezes sejam passíveis de questionamento. O Jogo das Decapitações, seu novo longa-metragem, em cartaz na Cinemateca, não foge a essa regra (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

No centro da narrativa está Leandro (Fernando Alves Pinto, de Terra Estrangeira e São Silvestre), um estudante de pós-graduação às voltas com uma dissertação de mestrado emperrada, a respeito da atuação da esquerda no período da ditadura militar. Sua mãe é uma ex-prisioneira política (Clarisse Abujamra) que dirige uma ONG de direitos humanos empenhada em conseguir indenizações para vítimas do regime. O pai (Paulo César Pereio), com quem ele jamais teve qualquer contato, é um cineasta libertário e iconoclasta, preso por ter matado uma mulher, e que pode ter sido vítima de uma rebelião em um presídio.

Dividido entre o engajamento ortodoxo da mãe, que hoje sobrevive muito às custas de seu passado, visivelmente idealizado, de militância e dor, e o desbunde anarquista do pai, cuja existência acaba de descobrir, Leandro se vê mergulhado em um estado de completa perplexidade. E suas já poucas certezas rolam como cabeças cortadas. GGG

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