
A cidade acordará menos preguiçosa neste domingo. A partir das 10 horas, o Memorial, no Largo da Ordem, será a "sala de estar" da primeira edição da Bienal Internacional de Dança de Curitiba. De 22 a 29 de abril, 27 companhias se hospedam na capital para compartilhar o lema "A dança em todos os estilos". Na programação, estarão representados quatro estados brasileiros, além de Alemanha, Estados Unidos, Holanda e Polônia.
O evento terá apresentações em vários pontos da cidade (confira alguns destaques no quadro abaixo), boa parte delas gratuita. Além disso, a Casa Hoffmann abrigará oficinas voltadas a jovens a partir de 14 anos, estudantes de dança, coreógrafos, bailarinos profissionais e amadores, com inscrições que se encerram amanhã (leia mais no quadro ao lado).
Mas não serão utilizados somente espaços internos para abrigar as atividades da bienal. O Balé Guaíra, por exemplo, aposta na opção de que mostrar a casa pelo olhar do quintal pode fornecer uma visão mais íntima ao visitante. "Normalmente, se entende o teatro como um local que abriga o artista, e voltar o público a olhar o dançarino do lado de fora cria vida à obra de arte", diz a coordenadora do Balé Guaíra, Cintia Napoli.
O espetáculo a que ela se refere, Coreografia para Ambientes Preparados, já esteve na programação da Virada Cultural, em novembro do ano passado. A coreógrafa é Carmen Jorge, que une elementos diferentes para compor sua estrutura, como projeções de vídeo, utilização de tecnologia e interação com a plateia. "Eu gosto que o bailarino dê soluções pensando no que ele está fazendo, somando estas ações fora do previsto", explica Carmen.
Regionais
As primeiras atividades ligadas à bienal aconteceram no dia 14 de abril. Foram apresentadas nas Regionais de Curitiba coreografias de cinco minutos cada, com músicos e bailarinos de street dance e jazz. A atividade envolveu 12 grupos da capital, o que deve se repetir durante a bienal, mas apenas na região central.
Segundo a coordenadora geral do evento, a bailarina Eleonora Greca, o objetivo principal é ampliar os horizontes da divulgação da dança dentro e fora do município. "Nosso foco é fazer circular a dança por meio do estímulo ao público comum e também dar oportunidade para o pessoal da dança mostrar seu trabalho para todas as companhias presentes no evento."
A convivência entre diferentes gêneros de dançamostra uma pré-disposição dos anfitriões para agregar mais membros à família, segundo o diretor da Téssera Companhia de Dança, Rafael Pacheco. "Antigamente, havia um protecionismo. Era permitido gostar apenas de um estilo. Essa bienal serve para reforçar uma visão de que, desde que seja bem produzido, posso aprender a gostar de vários estilos", analisa.
Colaborou Antonio Senkovski, especial para a Gazeta do Povo.
Serviço: Bienal Internacional de Dança de Curitiba - De 22 a 29 de abril, em diversos locais e horários. Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). As apresentações de rua são gratuitas. Confira a programação completa do evento no site www.bienaldanca.org.br.



