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Comédia

Bill Murray salva Um Santo Vizinho

Ao lado de Naomi Watts, ator valoriza comédia repleta de clichês

Murray em cena extra do filme, que acontece enquanto correm os créditos ao som de Bob Dylan: imbatível | Divulgação
Murray em cena extra do filme, que acontece enquanto correm os créditos ao som de Bob Dylan: imbatível (Foto: Divulgação)

Um Santo Vizinho poderia entrar para a categoria Sessão da Tarde, mas quem não precisa de um filme hollywoodiano feliz que reassegure que as coisas continuam iguais no mundo ficcional?

Os grandes trunfos são Bill Murray e Naomi Watts. Ele fazendo seu papel de sempre – carrancudo, silencioso, mas sábio apesar dos vícios. Ela, confirmando sua versatilidade como uma prostituta russa desbocada.

O roteiro se assemelha a tantos outros, começando com a empatia crescente entre dois personagens. Vincent (Murray) parece um sessentão que já desistiu da vida, arranja briga a rodo e mantém um visual não muito limpo.

É quando muda-se para a casa ao lado uma divorciada com o filho de 12 anos, Oliver (Jaeden Lieberher). Entre vovô e menino surge uma empatia crescente, motivada pelo instinto de proteção, e a sequência pode até ser adivinhada: terão desafios e risadas juntos, depois uma crise de confiança, só para terminar com a apoteose da amizade. Não chega a ser spoiler porque o cartaz do filme já permite imaginar que este é um daqueles filmes.

As qualidades, portanto, devem ser buscadas na atuação. Murray, para seus fãs, é imbatível. Tal como sua calma de poucas palavras em Encontros e Desencontros (2003), ele ensina o poder da pausa. Suas frases de efeito, usadas seja para repelir inimigos ou animar os amigos, vêm sempre após um longo silêncio em que eles nos brinda com sua cara de nada.

Colocado ao lado de Naomi, ele faz crescer essa atriz esforçada, que consegue ir de um thriller de ação a um David Lynch, passando por sua versão recente para Lady Di. Em Um Santo Vizinho, a loira de 46 anos assume o papel de clown, interpretando uma imigrante grávida de casca grossa mas coração materno. Destaque para a cena de pole dance dificultado pela barriga – e a reação de Vince. No fim, o relacionamento dos dois personagens serve para amolecer ambos.

Dois coadjuvantes contribuem com pontos altos do filme. Melissa McCarthy, que faz a mãe de Oliver, nos conduz ao lado dela até o fim, quando poderemos repensar os limites da proteção materna.

E Chris O'Dowd faz um ótimo padre-professor, cujas aulas são puro sarcasmo.

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