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Opinião

Boardwalk Empire tem tudo para ser viciante

Steve Buscemi, um ator mais acostumado a ser visto em papéis coadjuvantes, vive o protagonista, o político e gangster Enoch “Nucky” Thompson | Divulgação
Steve Buscemi, um ator mais acostumado a ser visto em papéis coadjuvantes, vive o protagonista, o político e gangster Enoch “Nucky” Thompson (Foto: Divulgação)

Quem não teve a chance de assistir aos dois primeiros episódios da série Boardwalk Empire – O Império do Contrabando, exibidos no último domingo pelo canal pago HBO, tem a chance de revê-los amanhã, a partir das 16h40, no HBO2. Acreditem, va­­lem muito a pena. Coproduzida pelo cineasta Martin Scorsese, que também dirigiu o piloto, é um dos grandes acontecimentos da televisão norte-americana dos últimos anos. Sem exagero.

Steve Buscemi, um ator da maior competência mais acostumado a ser visto em papéis coadjuvantes, vive agora o protagonista, Enoch "Nucky" Thompson. Trata-se de uma figura complexa. No ínicio dos anos 20, ele é um político de grande poder na cidade-cassino de Atlantic City, na costa do estado de Nova Jersey. Lá, ganha votos fazendo discursos apelativos e moralistas, nos quais se vende como um sobrevivente da miséria. Uma meia-verdade.

Nucky é bem mais do que um em­­preendedor que veio do nada: também está envolvido com o crime organizado. Con­­traban­­deia bebidas alcóolicas durante a Lei Seca, convive (e lucra) com a prostituição sem muita cerimônia e conta com a valiosa colaboração do irmão, chefe da polícia local, para manter suas atividades de vento em popa. Seu braço direito, entretanto, é outro: Jimmy (Mi­­chael Pitt, de Os Sonhadores), e ex-estudante da Universidade de Yale que retorna da Primeira Guerra Mundial com sede de en­­riquecer. Ainda que ilicitamente.

A superprodução recriou no Brooklyn, em Nova York, o tal calçadão à beira do Oceano Atlântico que dá título à série. Estão lá. nos mínimos detalhes, as fachadas dos estabelecimentos da época, que iam de hotéis de luxo a um berçário para bebês prematuros, passando por tendas de cartomantes, confeitarias e farmácias. É tudo impacável, assim como os figurinos e a trilha musical.

O que impressiona mais, todavia, é a habilidade do roteiro de emtrelaçar os caminhos dos vários personagens – e são muitos, entre reais e ficcionais –, tomando a turbulenta história norte-americana do período como pano de fundo.

Além de Nucky, inspirado em uma figura importante da época mas reinventado em benefício da teledramturgia, surgem na trama nomes conhecidos, como o do futuro rei dos gângsters, Al Capone (Stephen Graham), que nos dois primeiros episódios ainda é peixe pequeno, a serviço dos graúdos do crime organizado de Chicago, com os quais Nucky mantém elos perigosos.

Fascinante também é a relação triangular que começa a se desenhar entre Nucky, o agente federal Nelson Van Alden (Mi­­chael Shannon, indicado ao Os­­car de coadjuvante por Foi Apenas um Sonho) e a imigrante irlandesa Margaret Schroeder (Kelly Macdonald, de Assassinato em Gosford Park), moça simples porém letrada, cujo marido, um homem abusivo e violento, é assassinado no segundo episódio, deixando-a com dois filhos pequenos para criar.

A julgar pelos primeiros capítulos, Boardwalk Empire – O Império do Contrabando tem tudo para se tornar viciante.

Serviço:

Boardwalk Empire – O Império do Contrabando. Canal HBO. Domingos, às 22 horas. Reprise, às segundas, às 17h40; quartas, às 16h40 (HBO 2).

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