O que o romântico-econômico alemão Johannes Brahms (1833-1897) tem em comum com o russo algo exagerado e parceiro da vastidão Serguei Prokofiev (1891-1953)? É isso que o concerto Temas: Obras para cordas e sopro responderá hoje, às 19 horas, no Ave Lola Espaço de Criação. À frente de dois universos aparentemente distintos, um quinteto de alto gabarito, liderado pelo clarinetista Marcelo Oliveira. Ao seu lado, colegas da Orquestra Sinfônica do Paraná, como Maria Ester Brandão (primeiro violino), Alexandre Brasolim (segundo violino), Alexandre Razera (viola) e Maria Alice Brandão (violoncelo).
De Brahms, o quinteto apresentará "Quinteto para clarineta e cordas opus 115", de 1891, que concilia melancolia e explosão, um caso raro no romantismo: onde menos é sempre mais. De Prokofiev, "Abertura sobre temas hebreus", de 1919, com acompanhamento de um piano, as características um tanto conhecidas do russo, meio festivo, repleto de apelos dramáticos, populares e sutis, como se o compositor escrevesse da taberna aliás, o russo era adepto voraz da vida noturna. Em tempo: o pai de Brahms tocava com o filho em cervejarias. Não sou poucas as conexões e matizes.
