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Multimídia

Caminhos da Vigor Mortis

De volta a Curitiba, após se apresentar num festival de teatro de horror em São Francisco, nos Estados Unidos, Paulo Biscaia fala da carreira de Morgue Story, o filme, e das novidades para os próximos meses

Mariana Zanetti é acossada pelo legista interpretado por Leandro Daniel Colombo em Morgue Story, o filme | Lucia Biscaia/Divulgação
Mariana Zanetti é acossada pelo legista interpretado por Leandro Daniel Colombo em Morgue Story, o filme (Foto: Lucia Biscaia/Divulgação)
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Rafaella Marques, Michelle Pucci e Leandro Daniel Colombo, na peça |

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Rafaella Marques, Michelle Pucci e Leandro Daniel Colombo, na peça

As atenções da Vigor Mortis, desde 2009, não se detiveram apenas sobre o território nacional, embora não tenham faltado viagens dentro do país. Morgue Story, o filme, ganhou projeção no circuito de festivais. Ainda assim, não encontrou espaço no circuito comercial brasileiro – à exceção de Curitiba.

No mês passado, o diretor Paulo Biscaia e as atrizes Michelle Pucci e Rafaella Marques estiveram em São Francisco, na Califórnia, dessa vez não para falar de cinema. Foram apresentar a terceira parte do Vigor Mortis Peep Show no Shocktoberfest, evento que a companhia Thrillpeddlers, a mais antiga em atividade a trabalhar com o teatro de horror naturalista do Grand Guignol, promove no mês das bruxas.

"Fui a São Francisco selar uma amizade de longo tempo", diz Biscaia, que já mantinha contato com a trupe norte-americana e pôde conhecer os modos de fazer e pensar de outros artistas dedicados à mesma linguagem que o guia.

Os planos tramados para 2011, a partir da viagem, são a estreia da peça Morgue Story em Washington, montada pelo grupo americano Molotov, e realizar no Brasil um evento semelhante ao Shocktoberfest, com companhias internacionais. Outra ideia importada será o show de horror ao fim dos espetáculos, que inclui figuras fantasmagóricas feitas com tinta fluorescente.

A montagem mais badalada do ano, contudo, foi Nervo Craniano Zero. Depois de uma estreia complicada, em 2009, entre plateias esvaziadas pela gripe H1N1, foi ótimo o retorno de público nas unidades do Sesi do interior paulista – fizeram 28 apresentações de junho a agosto. Tanto que a peça vai virar longa-metragem (leia mais ao lado).

Enquanto isso, a carreira do filme Morgue Story viveu sortes e revézes. Passou por festivais diversos, a maioria de gênero, como a Mostra Trash de Goiânia, mas também os abrangentes, a exemplo do Indie Festival, em Belo Horizonte, a Mostra de São Paulo e o Festival do Rio, além do Illinois International Film Festival, nos Estados Unidos, outros no País de Gales, Inglaterra e Porto Rico, e obteve críticas bastante positivas.

Em Curitiba, o filme só conseguiu uma sala, no Novo Batel, e nenhuma certeza de continuidade se os espectadores não marcassem presença. O público curitibano fez sua parte e o manteve em cartaz por sete semanas, o que provocou até uma visita da Ancine para verificar de perto se os números do alto fluxo eram mesmo verídicos.

A Vigor Mortis esgotou as tentativas de pôr o filme em circuito nacional. "Mas as barreiras...", lamenta Biscaia. "Temos todas as características que provocam preconceito do mercado: é um filme de terror, de baixo orçamento, brasileiro e feito em Curitiba!" O destino de Morgue Story, nos próximos meses, são as prensas de DVDs.

Never More, os curtas

Antes do próximo longa-metragem, a Vigor Mortis lança quatro curtas-metragens, reunidos sob a insígnia do Never More – o refrão célebre cravado nas estrofes de "O Corvo" por Edgan Allan Poe (de quem Biscaia é fã a ponto de ter tatuado a ave e as duas palavras no braço).

O poema é tema de um dos curtas, os outros são "Ligeia", "Morella" (foto 1) (o menor, com oito minutos) e "Berenice" (o maior, com 15). As gravações aconteceram em locações de Curitiba e Piraquara, na região metropolitana, com o elenco da companhia e alguns convidados, como o ator Luiz Bertazzo, da CiaSenhas, que fez "O Corvo". "Na adaptação, deixei um monte de texto em off. Na edição, fui cortando", conta o diretor.

Os quatro curtas já passaram pela pré-edição e estão em fase de sonorização. Biscaia pretende lançá-los no início do ano que vem, no circuito dos festivais de cinema – um dos poucos espaços de exibição para obras de metragem reduzida.

Quadrinhos

Ano que vem, a Vigor Mortis lança sua primeira revista em quadrinhos, com oito histórias escritas por Biscaia e José Aguiar e ilustradas por Aguiar e DW. Vigor Mortis Comics traz novas tramas para velhos personagens: Wanda Wozniak, a protagonista de Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho; o cataléptico de Morgue Story; o Homem sem Sombra, de Graphic; a atriz pornô Úrsula, de Snuff Games. A arte ganha uma significativa coloração vermelho-sangue. Para Biscaia, foi uma experiência nova – por mais que tenha imergido nesse universo em Graphic. "Quando vi que tinha de me enquadrar em uma formatação bem específica de quadros por página, dei uma travada. Mas o José me disse para ir escrevendo e adaptando, me deixou mais solto." Já pensam no volume dois.

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