
Quase dois anos depois de sua última apresentação em Curitiba, em que cantou acompanhado apenas por piano, Carlos Careqa volta hoje ao Teatro do Paiol com um show bastante diferente desta vez, baseado em seu último disco, Made in China, lançado no início do ano, além de suas canções mais conhecidas, como "Ser Igual É Legal", "Acho" e "Eclipse em Meia Lua" (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).
O novo álbum aposta na pegada mais pop rock das canções do cantor e compositor catarinense que viveu em Curitiba e está radicado em São Paulo desde 1991. No show, Careqa se apresenta ao lado de Marcio Nigro, arranjador e produtor musical do novo disco, e de Mario Manga.
Além dos violões e guitarras de Nigro e Manga, as canções de Made in China vão ao palco amparadas por playbacks de bateria e outros tantos instrumentos e elementos eletrônicos gravados por Nigro no disco. O recurso é uma forma de contornar o baixo orçamento da produção, bancada pelo próprio Careqa, mas também recupera, coincidentemente, o conceito inicial do novo trabalho, que seria integralmente arranjado por recursos eletrônicos.
A ideia, contida na faixa-título, era remeter à "chinalização" do mundo globalizado. "Tudo é made in China", canta Careqa.
A música foi o mote do novo disco, mas as outras canções pendem para o lado mais autobiográfico de seu trabalho, como "O Q Q Cê Tem na Cabeça", que fala sobre a pressão por sucesso e reconhecimento tema também presente em "44 (Quarenta e Quatro)".
"São canções bem confessionais mesmo, que falam de tentar se achar, se entender, entender o mundo à sua volta", conta Careqa, em entrevista por telefone.
Duas faixas estabelecem diálogos com outros trabalhos. "Feito pra Continuar" é um contraponto a "Feito pra Acabar", conhecida na voz de Marcelo Jeneci. "Ladro" é uma resposta a "Rubato", canção de Chico Buarque que fala de um compositor que rouba a música de outro, inspirada por "Minha Música", de Careqa. "Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão", teria dito Chico ao saber da "resposta da resposta".
"Estou sempre atento a tudo que escuto", conta Careqa. "Me deixo influenciar muito pelas pessoas à minha volta, por tudo o que leio nos jornais, na internet. Tudo serve como fonte de inspiração para fazer música."






