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História

Catálogo de atrocidades

Livro reúne as 100 maiores barbáries cometidas pelo homem. Guerras e ditaduras já mataram cerca de 456 milhões de pessoas no mundo

Os combates e bombardeios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial contribuíram para tornar o conflito o mais sanguinário da história da humanidade | Reprodução
Os combates e bombardeios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial contribuíram para tornar o conflito o mais sanguinário da história da humanidade (Foto: Reprodução)
Quadro em homenagem a Mao Tsé-tung em Pequim: líder chinês é um dos maiores genocidas da história |

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Quadro em homenagem a Mao Tsé-tung em Pequim: líder chinês é um dos maiores genocidas da história

Lançamento -O Grande Livro das Coisas Horríveis- Matthew White. Tradução de Sérgio Moraes Rego. Rocco, 768 págs. R$ 62. História. |

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Lançamento -O Grande Livro das Coisas Horríveis- Matthew White. Tradução de Sérgio Moraes Rego. Rocco, 768 págs. R$ 62. História.

Existem formas diferentes de contar a história da humanidade. O historiador norte-americano Matthew White escolheu a perspectiva mais macabra. Seus protagonistas não são os grandes imperadores, mas milhões de suas vítimas anônimas.

Em O Grande Livro das Coisas Horríveis, o autor conta a história das cem maiores atrocidades desde a segunda guerra persa (480 a.C.) até o conflito entre Estados Unidos e Iraque, que terminou em 2010.

Com ampla bibliografia, o autor faz um levantamento sobre os antecedentes e a forma dos conflitos, uma contextualização histórica e geopolítica, o número de vítimas e os principais responsáveis. No prefácio, o escritor canadense Steven Pinker afirma que o livro é a "mais abrangente e equilibrada estimativa sobre o custo humano das extravagâncias históricas".

White estima que entre 500 a.C. até os nossos dias, 315 milhões de pessoas morreram violentamente em períodos de guerra e outras 141 milhões morreram nas mãos de ditadores em tempos de "paz".

No topo do ranking das mortes está a Segunda Guerra Mundial, que teria deixado cerca de 66 milhões de vítimas. Em seguida, estão empatados, com 40 milhões de vítimas, o conquistador mongol Gengis Khan, que viveu no século 13 e o ditador chinês Mao Tsé-tung. Na obra, inclusive, os ditadores são retratados de forma impiedosa. "É fácil odiar Hitler hoje, morto e desacreditado. É preciso mais coragem para denunciar quem tem admiradores em voga, como Mao Tsé-tung ou [o general da Guerra Civil norte-americana] Robert E. Lee", afirma White.

Inferno

O escritor chama a atenção para detalhes terríveis e recorrentes nas execuções ao longo da história, como tortura, canibalismo, estupro, castração e decapitação. E ao fato de que o ser humano é tão cruel que escolheu um dos locais com mais mortes por metro quadrado como uma das maravilhas do mundo. "Até os nazistas construírem seus campos de extermínio, o Coliseu romano talvez tenha sido o menor lugar com o maior número de mortes na história", afirma White. Segundo descreve no livro, as sangrentas lutas de gladiadores contabilizaram 3,5 milhões de mortes e ocupam o 28.º lugar da lista elaborada pelo historiador norte-americano.

No capítulo final, White faz uma análise tentando encontrar um traço comum entre as atrocidades cometidas pelo homem. De acordo com ele, a característica principal que se aplica à maioria dos assassinatos em massa – mas não a todos – é que quatro quintos foram perpetrados em períodos de guerra. De acordo com o estudo de White, as guerras são piores e mais cruéis que os estados policialescos das ditaduras e tiranias.

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