“Trolls”, animação da Dreamworks que estreia nesta quinta-feira, tem personagens que, literalmente, expelem cupcakes, glitter e alegria. Parece mesmo provocação aos especialistas em desestabilizar conversas na internet que, ironicamente, têm o mesmo nome que esses pequenos seres, inspirados em bonecos criados na Dinamarca no fim dos anos 1950 e que se popularizaram a partir da década seguinte.
A trama, dirigida pela dupla de “Shrek”, Walt Dohrn e Mike Mitchell, gira em torno da princesa troll Poppy e do ranzinza Tronco, o único cinzento da espécie e que aparenta infelicidade naquele reino colorido em que há até hora marcada para abraços. Faz 20 anos que eles escaparam ao apetite dos Bergens, seres de aparência grotesca que acreditam que a melhor maneira de manter a felicidade é ingerir trolls nas refeições. Mas, depois de uma festança organizada pela princesa, seu esconderijo é descoberto e vários de seus amigos são capturados, obrigando-a a organizar uma operação de resgate. Tronco, a contragosto, vai junto.
A versão original, que tem Justin Timberlake e Anna Kendricks como dubladores e intérpretes principais da trilha sonora, prima por encaixar clássicos do pop norte-americano nas cenas, e fazer das canções quase que personagens. Timberlake também fez a produção musical.
Isso acabou trazendo grande responsabilidade para a adaptação em português. Se “Livre Estou” (tradução para “Let It Go”, de “Frozen”) e “Eu Me Remexo Muito” (versão de “I Like to Move Move It”, de “Madagascar”), acabaram soando como naturais, já que eram canções originais, a dúvida era a possibilidade de verter com competência para o português clássicos do karaokê como “Hello”, de Lionel Ritchie e “True Colors”, de Cyndi Lauper.
A questão parece ser secundária em um filme feito para crianças que provavelmente vão demorar um tanto para ouvir falar de Earth, Wind and Fire (sim, também há uma versão lusófona para “September”), mas a produção brasileira teve preocupação com qualidade e os resultados foram quase que totalmente satisfatórios. “True Colors” em português, assim como “Hello” (que no original ganhou a voz de Zooey Deschanel) ganharam versões à altura.
A exceção fica com o medley em português para “Move Your Feet” (Junior Senior), “D.A.N.CE.” (Justice) e It’s a Sunshine Day” (parte da trilha sonora da série “A Família Sol-Lá-Si-Dó”, popular nos anos 1960). A tradução não vingou. Mas isso só deve incomodar aos adultos mesmo. Prepare-se também para ficar com “Can’t Stop the Feeling”, hit original de Timberlake na cabeça, que ficou em inglês, assim como “The Sound of Silence”, de Simon and Garfunkel.
COTAÇÃO: GG
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