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Keanu Reeves e suas duas convidadas | Divulgação/
Keanu Reeves e suas duas convidadas| Foto: Divulgação/

Há uma pequena tradição de filmes de suspense entre quatro paredes cuja história se desenvolve a partir de pessoas estranhas/violentas/malucas entrando de repente na casa de outras pessoas aparentemente normais. Clássicos deste gênero são as duas versões de “Violência Gratuita” (1997 e 2007), de Michael Haneke. Forçando um pouco a barra, “Laranja Mecânica” (1971), de Stanley Kubrick, qualifica o segmento; e bobagens recentes como “Sentindo na Pele”, (2012) de Jeremy Regimbal, o enxovalha.

Nesta quinta-feira (8), entra em cartaz nos cinemas “Bata Antes de Entrar”, de Eli Roth (“O Albergue”, “Piranha 3D”). Remake não declarado do quase trash “Death Game” (1977), de Peter Traynor, o filme atualiza a lista acima ao utilizar a tecnologia como elemento narrativo numa história ao mesmo tempo cômica, picante e, vá lá, feminista.

É uma noite chuvosa e duas lindas mulheres (Lorenza Izzo e Ana de Armas) batem à porta da casa de Evan Webber (Keanu Reeves). Ele está sozinho, tomando vinho e fumando algo enquanto trabalha em um projeto. A esposa e o filho viajaram para aproveitar o feriado.

Webber é o melhor pai de família do mundo (o filme insiste em deixar isso claro) e um ex-DJ. As moças entram para se secar. Tomam um chá, conversam sobre a festa a que iriam e sobre a família do anfitrião. O DJ ressuscita e não demora muito para que os três participem de um ménage improvisado. Elas vão embora, mas voltam no dia seguinte para aterrorizar a vida de um pai de família que traiu a esposa e supostamente abusou de menores de idade.

Webber é feito refém e participa de jogos violentos (e também engraçados). Aparentemente experientes no assunto, elas fazem com que ele crie um sentimento de culpa gigantesco – fotos do filho, da esposa e o cachorro da família são usados nestes funny games.

Dois fatores tornam o filme ser risível: o próprio Keanu Reeves e sua atuação “visual”, com caretas diversas, o cabelo tigelinha e um ar de ingenuidade; e o uso descarado da tecnologia (ele pede um motorista às moças pelo Uber e usa Facetime para falar com a esposa). E um fator faz “Bata Antes de Entrar” ser estranhamente interessante: a lição de moral que as justiceiras tentam ensinar ao rapaz, que, afinal de contas, é a verdadeira vítima. Apesar da pulada de cerca.

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