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Cena de “Microbe & Gasoline”, filme simples e cheio de humor. | Divulgação
Cena de “Microbe & Gasoline”, filme simples e cheio de humor.| Foto: Divulgação

“Microbe & Gasoline”, de Michel Gondry, é um filme simples, modesto e pessoal, mas cheio de humor, ternura e um doce ar de nostalgia, bem condizente com o estilo do diretor.

Exibido no Festival de Nova York na última quarta-feira (23), foi muito bem recebido por uma plateia que, ao mesmo tempo, se divertiu e se emocionou.

Diretor de sucessos como “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” e “A Espuma dos Dias”, Gondry traz em seu novo filme um tom biográfico que remete à infância e a sonhos não realizados.

A história segue Microbe (Ange Dargent) e Gasoline (Théophile Baque), o primeiro apelidado pelo seu tamanho e o outro pelo seu amor por carros. Os dois desenvolvem uma grande amizade.

Ambos estão tentando contornar as turbulências da vida. Microbe – incompreendido em casa e não muito querido na escola – e Gasoline – quase sempre ignorado – decidem construir uma casa sobre rodas e fazer uma viagem. O destino escolhido é o local onde Gasoline esteve quando ainda era uma criança e, no caminho, está prevista uma parada para visitar o antigo amor de Microbe (Diane Besnier).

A famosa atriz francesa Audrey Tautou (“O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”), faz parte do elenco interpretando a mãe de Microbe.

O filme segue e, mesmo nos momentos mais dramáticos, o diretor – conhecido pela irreverência e um lirismo fora do convencional – encontra espaço para a ternura. Ou um toque delicado como a janela florida removível que faz parte da casa sobre rodas que eles construíram.

Gondry conta que realizar o filme significou a concretização de um sonho e que sua memória pessoal teve uma grande influência no desenvolvimento da história.

“Foi muito fácil escrever o roteiro porque ele fazia parte das minhas memórias. Quando os personagens começaram a existir, eu podia ouvir suas vozes. Só precisava digitar no teclado o que já estava na minha mente”, declara o diretor, acrescentando que por isso foi inevitável o viés intimista da história.

“Esse tom foi intencional. Eu queria mesmo fazer um filme assim. Depois que fiz ‘Espuma dos Dias’, tinha medo de não ser capaz de contar uma história de forma mais convencional. Por isso, eu precisava e queria fazer um filme mais íntimo, mais focado”, diz, revelando que, quando adolescente, era muito tímido.

“Embora meus amigos digam que desde muito jovem eu já tinha um pouco esse temperamento que direciona os acontecimentos e mobiliza outras pessoas”, diz o diretor francês de 52 anos.

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