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Buster Keaton ficou conhecido como “o homem que nunca ri” | Divulgação/
Buster Keaton ficou conhecido como “o homem que nunca ri”| Foto: Divulgação/

Você pode até não saber quem foi Buster Keaton. Mas a cada vez que se diverte com alguma comédia, existe uma parcela de responsabilidade dele ali. Aliás, se você não conhece a obra de um dos maiores comediantes da história, está mais do que na hora de reparar esse erro. Para quem mora em Curitiba, a melhor oportunidade dos últimos tempos está nesta semana. A Caixa Cultural abre nesta terça-feira (23) uma mostra que vai exibir 31 filmes daquele que ficou conhecido como “o homem que nunca ri”.

Além de exibir algumas das principais obras do ator e diretor, a mostra “Buster Keaton – O Palhaço que não Ri” terá ainda uma série de palestras e debates sobre sua obra. O repertório, que compreende a fase áurea do comediante, na década de 1920, vai de curtas-metragens raros a clássicos como “A General” e “Sherlock Jr.”. Os ingressos custam R$ 4 e R$ 2 (meia) e, com a compra de duas entradas, é possível retirar um catálogo exclusivo.

Mostra Buster Keaton

De 23 a 28 de agosto na Caixa Cultural. Ingressos a R$ 4 e R$ 2 (meia-entrada). Veja a programação completa.

O americano Joseph Frank Keaton Jr. começou no vaudeville (misto de circo e teatro) e, no cinema, ganhou o apelido de “homem que nunca ri” ao protagonizar cenas cômicas sem alterar a expressão facial. Seu legado na comédia e no cinema, porém, vai muito além. “Ele fez comédias em tom épico, com perseguições e grandes cenários. Diferente do humor de forma geral, que se apoia na expressão corporal”, diz o curador da mostra, João Mussato.

Assim como Charles Chaplin, seu grande rival à época, Keaton captou a transformação social e política entre os séculos 19 e 20. “Além de um grande trabalho de apuro visual, ele também conseguia se comunicar sem o uso das cartelas com diálogos. Ele e Chaplin competiam para ver quem usava menos cartelas. Era um cinema puro, em sua essência”, afirma Mussato. A influência de Keaton se estendeu para as décadas seguintes, sobre comediantes célebres como Jacques Tati, Jerry Lewis e Peter Sellers.

Cinco filmes essenciais da mostra

A General (1926)

Não apenas é considerada a obra-prima de Buster Keaton, como aparece na maioria das listas de melhores filmes da história. Ele vive um homem que, durante a Guerra Civil americana, prefere trabalhar como maquinista de trem. Uma produção revolucionária não apenas por conta das gags memoráveis, mas também pelas ousadas sequências em movimento, feitas em uma ferrovia.

Sherlock Jr. (1924)

Outro filme constantemente relacionado por críticos entre as melhores comédias de todos os tempos, mostra um projetista de cinema aspirante a detetive apaixonado por uma garota. “Esse foi, talvez, o primeiro filme metalinguístico da história”, diz João Mussato, destacando que, na narrativa, o protagonista vê sua realidade se confundir com o sonho de estar em uma tela de cinema.

Nossa Hospitalidade (1923)

Tido como a primeira obra-prima de Keaton, no aspecto técnico é o grande predecessor de “A General”, com experimentos de filmagem que seriam aperfeiçoados no outro filme. Além disso, demonstra sua habilidade narrativa ao desvendar uma rixa histórica entre duas famílias na qual o protagonista briga por suas posses e pelo amor de uma jovem.

Marinheiro de Encomenda (1927)

O comediante vive Willie, que se apaixona pela filha de um concorrente do pai, capitão de um navio. O cineasta mais uma vez testou os limites da época ao construir a sequência final, na qual enfrenta um furacão. A cena em que uma parede cai sobre ele, que acaba salvo pela abertura de uma janela, é um exemplo dos riscos aos quais se expunha para colocar suas ideias em cena.

The Playhouse (1921)

Dos curtas-metragens presentes na mostra, esse foi um dos mais inovadores à época. Entre os personagens, um homem, uma mulher, uma criança, um grupo musical e dançarinos. Todos interpretados pelo próprio Buster Keaton, aparecendo juntos ao mesmo tempo.

Programação completa

Dia 23 (terça)

19h30 Abertura

20h “One Week” e “Sherlock Jr” (1920, 1924 - 69 min)

Após a sessão, palestra de Luiz Carlos Oliveira Junior, crítico e pesquisador

Dia 24 (quarta)

14h30 Sessão de Curtas 01 (“The blacksmith”, “The play house” e “The scarecrow” – 62 min)

16h Sessão de Curtas 02 (“The balloonatic”, “The boat” e “Neighbours” – 64 min)

18h30 “O Navegador” (1924 – 59 min)

20h “Nossa Hospitalidade” (1923 - 75 min) – Bate-papo com os curadores após a sessão

Dia 25 (quinta)

14h30 Sessão de Curtas 03 (“Convict 13”, “The frozen north” e “Day dreams” – 57 min)

16h “Boxe por Amor” (1926 – 77 min)

18h30 “Amores de Estudante” (1927 - 65 min)

20h “Sete Oportunidades” (1925 – 56 min) – Bate-papo com os curadores após a sessão

Dia 26 (sexta)

14h30 Sessão de Curtas 04 (“The haunted house”, “My wife’s relations” e “Cops” – 55 min)

16h “O Noivo Cara-dura” (1929 – 77 min)

18h30 “A Antiga e a Moderna” (1923 – 63 min)

20h “A General” (1926 – 78 min) – Bate-papo com os curadores após a sessão

Dia 27 (sábado)

14h30 Sessão de Curtas 05 (“Hard luck”, “The paleface” e “The goat” – 64 min)

16h “Nossa Hospitalidade” (1923 - 75 min)

18h30 “O Navegador” (1924 – 59 min)

20h “Marinheiro de Encomenda” (1927 – 71 min) – Bate-papo com os curadores após a sessão

Dia 28 (domingo)

14h30 Sessão de Curtas 06 (“The eletric house”, “The love nest” e “The high sign” – 62 min)

16h “O Vaqueiro” (1925 – 68 min)

18h30 “Amores de Estudante” (1927 - 65 min)

20h “O Homem das Novidades” (1928 – 75 min) – Após a sessão, palestra de Murilo Hauser, pesquisador e realizador

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